Em comunicado enviado à Lusa, a empresa adverte que "será este o cenário pascal, que poderá ser agravado se o sindicato dos motoristas não aconselhar os seus associados a acatar a requisição civil hoje decretada pelo Governo para cumprir os serviços mínimos no que respeita ao abastecimento de postos".

A Prio tem hoje cerca de 50 milhões de litros de combustível armazenados no seu parque de tanques em Aveiro, mas encontra-se impossibilitada de transportar este produto para os seus postos onde, como é prática corrente no setor, a capacidade de armazenamento do produto está limitada a poucos dias de vendas, refere a empresa que tem uma rede composta por cerca de 250 postos de abastecimento.

A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo.

Já hoje o Governo aprovou hoje uma resolução do Conselho de Ministros que reconhece a necessidade de requisição civil no caso da greve dos motoristas de matérias perigosas, e que deixou o aeroporto de Faro sem ser abastecido desde segunda-feira e o de Lisboa desde hoje, com a ANA a admitir "disrupções operacionais".

A presidência do Conselho de Ministros acrescenta que esta decisão foi tomada “depois de se ter constatado que no dia 15 de abril não foram assegurados os serviços mínimos”, fixados pelos ministros do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Ambiente e da Transição Energética.

O presidente da PRIO, Pedro Morais Leitão, realçou, citado no comunicado, que “Portugal é um país de tradições profundamente católicas e a Páscoa é a época maior para a reunião das famílias", garantindo que "a PRIO envidará todos os esforços ao seu alcance para assegurar que as famílias portuguesas continuam a ter acesso ao seus combustíveis durante este período especial".

Contactada pela agência Lusa, a APETRO - Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas escusou fazer comentários sobre a situação.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) já rejeitou os fundamentos da greve e exigiu o cumprimento da lei quanto às regras de execução da paralisação.

[Notícia atualizada às 14h05]