Os prémios da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) foram hoje entregues numa cerimónia que decorreu na antiga igreja de São Francisco, em Coimbra, onde esteve presente o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva.

O programa Abem procura dar resposta aos problemas de acesso ao medicamento motivados por condições socioeconómicas, sendo promovido pela associação Dignitude, uma instituição sediada em Coimbra que nasceu de uma parceria entre a Cáritas Portuguesa e Plataforma Saúde em Diálogo com a Associação Nacional das Farmácias e a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica.

Maria de Belém Roseira, que recebeu o prémio em representação da associação, sublinhou que, apesar do esforço do Estado com os medicamentos e de estes terem baixado de preço, continuam a representar "uma pressão e um peso", num país com rendimentos médios baixos.

Em Portugal, "muitas pessoas têm capacidade para assegurar o essencial, mas não para despesas extraordinárias, como as despesas com medicamentos", sublinhou a presidente do Conselho Geral da associação.

O programa foi criado a pensar nas dificuldades dessas pessoas, procurando apoiá-las na compra de medicamentos.

Maria de Belém Roseira sublinhou que o objetivo é atingir os 25 mil beneficiários do programa ainda este ano e 50 mil em 2019.

Na mesma categoria, a Cooperativa Elétrica do Vale d'Este e a Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais receberam menções honrosas.

O prémio de Personalidade do Ano da CASES foi para a presidente da Associação Leque, em Alfândega da Fé, Celmira Macedo.

Doutorada em Educação Especial pela Universidade de Salamanca, Celmira Macedo lançou em 2015 a EKUI, metodologia de alfabetização para pessoas com deficiência, utilizando quatro formas de comunicação: gráfica, língua gestual, braille e alfabeto fonético.

"Há hoje uma realidade que marcará o futuro da economia social: a capacidade de incorporar toda a riqueza da inovação que nós vivemos. Celmira Macedo é um exemplo vivo dessa capacidade de inovar, de criar coisas novas", sublinhou o ministro Vieira da Silva, no discurso de encerramento da cerimónia, notando que o setor social tem tido "uma enorme abertura à inovação".

Sérgio Manuel Pratas foi premiado na categoria Estudos e Investigação por um trabalho sobre o associativismo popular e, na secção de Trabalhos de Âmbito Escolar, venceram, em ‘ex aequo' a Escola Frei Caetano Brandão, de Braga, e o Agrupamento de Escolas António Rodrigues Sampaio, de Esposende.