Eurico Brilhante Dias falava aos jornalistas no final da primeira reunião da bancada socialista após as férias e minutos depois de o líder do PSD, Luís Montenegro, se ter manifestado disponível para assinar um compromisso com o Governo “para 15 ou 20 anos” para que o IRS dos jovens até 35 anos não suba além dos 15%.

O desafio de Montenegro foi visto por Brilhante Dias com “algum espanto”, alegando que o mesmo “partido que agora diz que quer fazer um acordo a 15 anos agendou rapidamente, já para a próxima semana, propostas orçamentais para entrarem em vigor a 01 de janeiro de 2024”.

Perante isso, “alguma coerência valia a pena”, salientou o deputado do PS, para quem “não se podem atirar propostas umas às segundas, quartas e sextas, outras às terças, quintas e sábados”.

“O presidente do PSD está com algum frenesim deste ponto de vista”, salientou o líder parlamentar do PS, ao reiterar que será em sede do debate do Orçamento do Estado para o próximo ano que serão analisadas as medidas apresentadas pelos social-democratas.

“É aí que temos de nos concentrar e é aí que, naturalmente, analisaremos todas as propostas do PSD”, referiu Eurico Brilhante Dias.

O desafio hoje lançado ao Governo foi assumido por Luís Montenegro no final da reunião da bancada do PSD, onde assegurou ainda que o partido vai levar a votos na próxima semana as suas propostas de redução fiscal, dizendo ser “a última oportunidade” para o executivo de António Costa baixar o IRS ainda este ano.

“No debate de dia 20, podem dizer ao Governo, ao PS e ao primeiro-ministro que, enquanto líder do PSD, estou disposto a assinar um compromisso em nome do PSD para que nos próximos 15 ou 20 anos não haja taxas de imposto sobre rendimento para as pessoas singulares até 35 anos superiores a 15%”, disse, referindo-se à proposta do PSD de baixa do IRS jovem.

Além da redução do IRS, através da redução das taxas marginais nos vários escalões, e da taxa máxima de 15% para o IRS jovem, o PSD propõe ainda a atualização obrigatória dos escalões do IRS em função da inflação, um mecanismo para que o parlamento decida o que fazer com o excedente fiscal e isenções de IRS e TSU para os prémios de produtividade com um valor até 6% da remuneração base anual.