
Luís Montenegro assumiu esta posição em conferência de imprensa, em Lisboa, no final da primeira reunião do novo Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD – órgão consultivo do partido com uma equipa de coordenadores, presidida pelo antigo líder da JSD e ex-secretário de Estado Pedro Duarte.
Na conferência de imprensa, o presidente do PSD foi questionado sobre afirmações proferidas na sexta-feira ao fim da tarde pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, avisando que não contem consigo para a dissolução do parlamento.
“Contam comigo para ter o mesmo comportamento institucional que tive durante sete anos”, contrapôs o Presidente da República.
Perante esta posição, o líder social-democrata afirmou que o Presidente da República “tem a leitura política correta no sentido em que não desconhece que houve eleições há menos de um ano, não desconhece que há condições de governação excecionais — o Governo não tem qualquer dificuldade [institucional] em executar o seu programa — e também reconhece que há imperativos de governação imediatos, que não podem perder tempo”.
“O país está distraído há várias semanas à conta exclusivamente de casos de grande relevância que ocorrem dentro do Governo. E um executivo não deve ser notícia pelos seus casos, mas, sim, pelas suas decisões e pelos resultados alcançados para o desenvolvimento do país”, observou.
Ora, para Luís Montenegro, o Presidente da República fez um apelo para que o Governo governe, cumpra a sua tarefa e não se distraia mais por culpa própria no enfraquecimento dos seus protagonistas”.
“Infelizmente, o Governo ainda não resolveu os problemas, já que temos dois ministros [da Agricultura, Maria do Céus Antunes, e das Finanças, Fernando Medina] combalidos politicamente e também por incapacidade de deixar sem equívocos a resposta às responsabilidades que impendem sobre eles”, declarou, aqui numa alusão aos casos TAP e da demissão da secretária de Estado Carla Alves.
Interrogado se concorda com o chefe de Estado quando este entende estar ultrapassada a instabilidade dentro do executivo socialista, o presidente do PSD assinalou que Marcelo Rebelo de Sousa, em rigor, entende sim que “está ultrapassada a possibilidade de haver uma interrupção da legislatura — e isso ficou resolvido na quinta-feira com a votação da moção de censura” apresentada pela Iniciativa Liberal.
Para o líder do social-democrata, “não há nenhuma razão”, neste momento, para uma dissolução do parlamento e para que a legislatura não se cumpra, a menos que se assista a uma “implosão” do Governo de António Costa e da maioria absoluta socialista na Assembleia da República.
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