“Temos de ganhar as próximas Europeias”, declarou o líder social-democrata madeirense, numa entrevista ao programa “Grande Entrevista” da RTP3, transmitida na noite de quarta-feira.

Mas, se o PSD não ganhar esse ato eleitoral, complementou: “Eu faço parte dos órgãos nacionais, eu sou o primeiro a dizer que devemos tirar consequências”.

Miguel Albuquerque, que se recandidatou para um terceiro mandato como presidente do Governo Regional da Madeira, foi o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP que venceu no domingo as legislativas regionais, mas ficou a um deputado da maioria absoluta, tendo sido anunciado na terça-feira um acordo de incidência parlamentar com o PAN, que conseguiu um mandato.

O PSD/Madeira contou com a presença do líder nacional, Luis Montenegro, no final da campanha e na noite eleitoral, tendo Albuquerque considerado que as visitas de dirigentes nacionais “não têm influência” nos resultados.

“Tem uma influência porque acho que o partido é o mesmo. Ele [Luis Montenegro] fez bem. Ele veio ao Chão da Lagoa [a festa anual do PSD/Madeira] acompanhar o partido a nível regional. Não há nenhum problema, nem sequer é uma questão muito relevante. Acho que correu bem”, disse.

No entender de Miguel Albuquerque, esta é uma questão de “lana-caprina”.

“Eu acho que o Luis Montenegro tem de romper essa história, tem que ser um político com risco”, sustentou, mencionando que o líder nacional “é criticado por tudo” e que todas as polémicas que o envolvem são “conversa para entreter”.

Albuquerque reforçou que Montenegro “fez bem em vir” à Madeira, “esteve solidário” como líder nacional do partido com o PSD regional, elogiando a “boa proposta” para a redução dos impostos que apresentou na rentrée do PSD.

Questionado sobre um possível regresso à vida politica de Pedro Passos Coelho, Albuquerque disse que o ex-líder e ex-primeiro-ministro “foi muito injustiçado”, visto que “aguentou o país numa situação muito complicada”, na sequência de um programa de ajustamento económico e financeiro.

No seu entender, Passos Coelho “fez um trabalho patriótico, que depois foi desvirtuado”, acabando por ser transformado num “papão”.

“Não sei o que é que ele quer fazer”, disse, acrescentando: “Acho que as Europeias vão ser muito importantes para o novo ciclo político e deve ser aproveitado pelo PSD”.

Nas eleições de domingo na Madeira, a coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS 11, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.