Na sua estreia como protagonista por parte do PSD no debate quinzenal, Hugo Soares acusou o executivo socialista de ser "o Governo da desresponsabilização" e apontou o que considerou serem sucessivas contradições do Governo no episódio de desaparecimento de material de guerra dos Paióis Nacionais de Tancos.

"Três meses depois, 97 dias, é altura de confrontar o primeiro-ministro: pode dizer hoje ao país se o que aconteceu em Tancos foi ou não foi um furto?", questionou Hugo Soares.

O primeiro-ministro respondeu com uma sucessão de questões dirigidas ao líder parlamentar social-democrata: "Ignora que existe um principio de separação de poderes? Ignora que não compete ao Governo interferir na ação da justiça para investigar se houve furto, roubo ou qualquer ato criminal? Acha que isso compete ao Governo?".

Na opinião de António Costa, "haveria uma grave entorse ao Estado de direito" se o Governo se substituísse às autoridades de investigação criminal.

"Eu vou voltar à responsabilização política. Foi um furto ou não foi um furto?", insistiu, por mais duas vezes, Hugo Soares, recebendo sempre como resposta que "em Portugal vigora o princípio da separação de poderes".

Depois deste diálogo, o líder parlamentar do PSD concluiu que o primeiro-ministro "ainda não é capaz de dizer ao país se o material em Tancos desapareceu porque veio um OVNI, porque o inventário foi mal feito ou porque foi subtraído".

Hugo Soares introduziu também o tema das mortes nos incêndios deste verão em Portugal, aludindo à recente demissão do Comandante Operacional da Proteção Civil, Rui Esteves, por irregularidades na licenciatura.

"Morreram mais de 60 pessoas nos incêndios em Portugal, parece que a culpa vai morrer solteira, o ‘boy' do PS que devia ser demitido por indecente e má figura sai por uma questão lateral", lamentou.

Na resposta, o primeiro-ministro lembrou que foi o PSD que propôs a criação de uma comissão técnica independente para apurar as causas destes incêndios e que o Governo aceitou esta proposta.

"Eu gostava de saber o que teria sido dito se o Governo tivesse recusado esta comissão ou, em vez de aguardar serenamente, estivesse a antecipar e apresentar conclusões ao país", criticou Costa.

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