"O presidente eleito do PSD transmitiu ao líder da bancada parlamentar que é da sua vontade garantir a estabilidade e a capacidade de intervenção do grupo parlamentar, desejando, por isso, que se consiga evitar qualquer foco de agitação, decorrente do período de transição de liderança que se está a viver até meados do próximo mês de fevereiro", lê-se numa nota do gabinete de Rui Rio.

Nesse sentido, "e também porque até lá o líder do partido é, por direito próprio, Pedro Passos Coelho, Rui Rio entende que a atual direção da bancada se deve manter na plenitude das suas funções até ao próximo Congresso Nacional, remetendo-se apenas para essa altura a necessária análise política da questão", sustenta-se na nota oficial.

"O presidente do grupo parlamentar mostrou-se concordante com estes objetivos, assumindo ser também essa a sua leitura, no quadro da presente situação política do partido", é ainda referido no comunicado.

A reunião entre Rui Rio e Hugo Soares decorreu hoje no Porto.

Na quinta-feira, Rui Rio encontrou-se com o ainda presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, na sede do partido, em Lisboa, e, aos jornalistas, falou da existência de "alguma turbulência" após a sua eleição enquanto líder dos sociais-democratas, com 54.1% dos votos.

Questionado se tem sentido unidade, Rui Rio respondeu: "Alguma turbulência, mas a gente vai resolver essa pequena turbulência, não sei se a turbulência é real ou é mais na comunicação social".

O futuro da liderança parlamentar do PSD tem estado no centro do debate interno no partido desde que Rui Rio venceu as eleições, em 13 de janeiro, com os ex-líderes Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite a defenderem que Hugo Soares, que apoiou Pedro Santana Lopes, deveria colocar o lugar à disposição.

Entre os vice-presidentes da bancada, sete dos doze deputados apoiaram Pedro Santana Lopes na disputa interna do PSD.

Em entrevista à Antena 1 no início de dezembro, questionado se as eleições internas poderiam ter implicações na direção da bancada, Hugo Soares sublinhou que o seu mandato é de dois anos e que "quem elege a liderança do grupo parlamentar são os deputados".

No entanto, na mesma entrevista, acrescentou que não há lideranças parlamentares contra "a vontade determinada do presidente do partido", sobretudo se as linhas de orientação da futura comissão política forem "completamente antagónicas" com as da direção da bancada.

Hugo Soares foi eleito em 19 de julho do ano passado, para um mandato de dois anos, com 85,4% de votos, correspondentes a 76 votos favoráveis, 12 votos brancos e um nulo, sucedendo no cargo a Luís Montenegro, que atingiu o limite de três mandatos consecutivos.

Depois do anúncio de Passos Coelho de não se recandidatar à presidência do partido, em outubro passado, Hugo Soares tem assumido o protagonismo pelo PSD nos debates quinzenais com o primeiro-ministro, António Costa.

Rui Rio foi eleito presidente do PSD com 22.728 votos, correspondentes a 54,1%, contra os 19.244 (45,85%) de Pedro Santana Lopes.

O Congresso do PSD decorre entre 16 e 18 de fevereiro em Lisboa.

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