"A governação nacional é pequena demais para resolver os grandes problemas mundiais com que nos confrontamos e é grande demais para resolver os problemas quotidianos das pessoas. A solução é: mais cooperação internacional, para resolvermos os problemas que a globalização traz, e mais descentralização, para sermos capazes de resolver os pequenos problemas das pessoas", defendeu.

Rui Rio falava em Leiria, onde divulgou o conteúdo da moção de estratégia global a apresentar no 37.º Congresso Nacional do PSD, a 13 de janeiro de 2018.

O candidato à liderança dos sociais-democratas falou do PSD, da economia e do Estado, sublinhando a necessidade de uma "reforma do Estado".

Rio apontou os incêndios de 2017 e o assalto a Tancos como "exemplos do Estado centralista que não cuidou do que devia cuidar", criticando a "resposta desoladora" da Justiça.

"A administração central teve uma gestão incompetente, despesista e cometeu muitos erros por desconhecimento da realidade local", sublinhou.

O candidato quer a "reforma do regime" para "revitalizar a democracia" que está "desgastada": "O regime não se adaptou à sociedade que hoje somos".

A redução da dívida pública e o crescimento económico são prioridades para Rui Rio, que aposta nos antecedentes históricos de Portugal e no tecido económico nacional para o conseguir, a par de "políticas públicas favoráveis ao investimento", como "contraponto com o que este Governo não faz".

As contas públicas, afirma Rui Rio, têm "de ter um orçamento equilibrado, não porque a União Europeia (UE) diz, mas porque nós precisamos!":"Esta é uma diferença já à partida entre mim e o atual Governo: com o atual Governo, se Bruxelas deixasse, eu já não sei onde é que isto ia!".

Colocar Portugal na "primeira divisão do nível de vida" é uma meta prometida pelo candidato ao PSD, que vê como caminho para o conseguir a aposta em "produtos de valor acrescentado" e não "em mão de obra e salários baratos".

"O nosso PIB [Produto Interno Bruto] per capita é o 19.º em 28 países da UE. O nosso desafio é chegar aos 101%, passarmos à primeira divisão, à metade superior do nível de vida, de riqueza criada por pessoa na Europa. Para isso temos de conseguir que Portugal cresça um pouco mais do que o crescimento médio da Europa", defendeu.

Internamente, Rui Rio apelou ao "exemplo" que o PSD tem de dar ao país: "Como quero dizer ao país que vou gerir o país bem melhor do que os outros se dentro o PSD não está melhor que os outros? Temos de dar esse exemplo".

O PSD escolherá o seu próximo presidente em 13 de janeiro, em eleições diretas, com Congresso em Lisboa entre 16 e 18 de fevereiro. Até agora, anunciaram-se como candidatos à liderança do PSD o antigo presidente da Câmara do Porto Rui Rio e o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.