O líder destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, e os quatro ex-conselheiros catalães entregaram-se voluntariamente numa esquadra de polícia no número 202 da Rue Royal da capital belga acompanhados pelos seus advogados, noticia o jornal espanhol El País.

Para além de Puigdemont, entregaram-se às autoridades belgas os quatro ex-conselheiros do ex-governo catalão: Antoni Comín ( Saúde), Clara Ponsatí (Educação), Lluís Puig (Cultura) e Meritxell Serret (Agricultura).

Puigdemont e quatro ex-ministros ficam em liberdade, mas impedidos de sair da Bélgica
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O Ministério Público belga tinha ordenado há algumas horas a detenção do presidente destituído da Catalunha e dos seus ex-conselheiros regionais, segundo noticiou a Efe.

Este sábado Puigdemont afirmou-se disposto a “cooperar plenamente” com a justiça belga no âmbito do mandado europeu de detenção emitido esta semana pela justiça espanhola.

“Estamos dispostos a cooperar plenamente com a justiça belga na sequência do mandado europeu de detenção emitido por Espanha”, lê-se numa mensagem, escrita em holandês, publicada na sua conta oficial no Twitter.

Na quinta-feira, o Ministério Público espanhol pediu à Audiência Nacional para emitir um mandado europeu de detenção contra Carles Puigdemont.

Os ex-membros do governo regional da Catalunha estão a ser acusados dos delitos de rebelião, sedição e desvio de fundos, arriscando-se a penas que poderão ir até 30 anos de prisão. Oito ex-conselheiros, incluindo o antigo vice-presidente da Generalitat, Oriol Junqueras, ficaram em prisão preventiva, após terem comparecido perante a Audiência Nacional.

O parlamento regional da Catalunha aprovou no dia 27 de outubro a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupava.

No mesmo dia, o executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o governo catalão, entre outras medidas.