Tal como é hábito, coube à veterana pivô Ri Chung-hee fazer o anúncio, em tom solene, do “bem-sucedido” lançamento que foi “autorizado e presenciado pessoalmente pelo líder” Kim Jong-un, o primeiro que o regime de Pyongyang leva a cabo após dois meses e meio.
O míssil foi disparado em direção a leste a partir da província de Pyongan do Sul, a cerca de 25 quilómetros da capital norte-coreana, Pyongyang, por volta das 03:17 (18:17 de terça-feira em Lisboa).
O projétil percorreu cerca de 960 quilómetros, atingindo uma altitude de mais de 4.000 quilómetros, antes de se despenhar no Mar do Japão (denominado de Mar do Leste nas Coreias).
Tal representa a máxima altitude alcançada até à data por um míssil norte-coreano e sinaliza um novo e perigoso avanço do programa norte-coreano.
O Pentágono anunciou que o míssil lançado esta terça-feira pela Coreia do Norte é um engenho balístico intercontinental, que realizou um voo de mil quilómetros.
Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão já reagiram ao mais recente lançamento, acordando impulsionar mais sanções internacionais contra Pyongyang.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai reunir de emergência, hoje à tarde por causa do lançamento do míssil efetuado pela Coreia do Norte, anunciou a presidência italiana.
Presidente sul-coreano receia eventual ataque preventivo dos EUA à Coreia do Norte
O gabinete presidencial sul-coreano divulgou na quarta-feira (noite de terça-feira em Lisboa) que Moon afirmou, durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, que aquele aperfeiçoamento pode provocar que a situação na segurança regional entre numa "espiral fora de controlo".
Moon disse que é importante prevenir uma situação em que o (Coreia do) Norte possa fazer erros de cálculo e ameace o (Coreia do) Sul com armas nucleares ou que os EUA considerem a possibilidade de um ataque preventivo para eliminarem a ameaça.
O chefe de Estado sul-coreano apelou aos seus militares para que reforcem as suas capacidades.
O disparo deste míssil, com alcance que permite atingir território norte-americano, foi o primeiro ensaio em dois meses e meio, depois de o último, de médio alcance, ter sobrevoado o norte do Japão antes de cair no mar.
Os continuados ensaios com armas feitos pelo regime de Kim Jong-un, entre os quais um ensaio nuclear no passado 03 de setembro, aumentaram a tensão na zona a níveis nunca vistos depois da guerra da península da Coreia (1950-1953).
Na assembleia-geral da ONU, em setembro, Trump foi duro quanto aos programas nucleares norte-coreanos e ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte se Pyongyang continuasse com as provocações.
Por várias vezes, Trump afirmou também que não descarta uma ação militar contra o regime de Pyongyang, uma vez que, disse, anos de diálogo não serviram para nada.
Coreia do Sul vai reavaliar segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno
O Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, afirmou hoje que vai "reavaliar de perto" se o último lançamento de um míssil por parte da Coreia do Norte vai afetar os esforços para receber os Jogos Olímpicos de Inverno em 2018.
O gabinete do Presidente sul-coreano anunciou que Moon Jae-in afirmou, durante o Conselho de Segurança Nacional, que é importante encontrar soluções para "gerir de forma estável" a situação.
Os preparativos para os Jogos Olímpicos de Inverno, que vão decorrer em fevereiro de 2018 em Pyeongchang, estão a ser ofuscados pelos testes nucleares e de misses da Coreia do Norte este ano.
A França já anunciou que a sua equipa olímpica não viajará para a Coreia do Sul, caso a segurança não seja garantida.
A Coreia do Sul pretende que a Coreia do Norte participe nos Jogos Olímpicos para atenuar as preocupações, mas esse dado ainda não está confirmado.
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