Tamim bin Hamad al Thani defendeu que a “escalada perigosa” com os bombardeamentos israelitas à Faixa de Gaza “ultrapassa todos os limites”, exigindo também o direito dos palestinianos a terem o seu próprio Estado, numa mensagem que partilhou nas redes sociais.

O Qatar não mantém relações diplomáticas formais com Israel, mas mantém contactos com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e mantém mais de 200 reféns, desde o ataque surpresa que desencadeou no dia 07 de outubro contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, em que massacrou cerca de 1.400 israelitas, a maior parte civis.

“Rejeitamos os ataques contra civis de qualquer lugar, independentemente da sua nacionalidade”, afirmou o emir.

“Recusamo-nos a agir como se as vidas das crianças palestinianas não contassem, como se não tivessem rosto ou nome”, disse o emir perante o Conselho Shura, o principal órgão decisório do movimento islâmico pró-palestiniano.

Para o líder do Qatar, “a guerra não é uma solução”, mas “aumenta o sofrimento das vítimas e o sentimento de injustiça”, acrescentando que Israel “não pode continuar a ignorar a realidade da ocupação, do cerco e dos colonatos”.

O emir alertou que a atual escalada de confrontos entre Israel e o grupo islamita Hamas ameaça toda a região e ofereceu o Qatar como um “mediador confiável” para resolver o conflito e avançar em direção à paz.

Após o ataque do Hamas, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação denominada “Espadas de Ferro”. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas, classificado como movimento terrorista por Israel, Estados Unidos, UE, entre outros.

Desde o início do conflito já se registaram milhares de mortos e feridos nos territórios palestinianos e israelitas.