"Quando morreste, o meu coração partiu-se em dois". Garrafa lançada ao mar em memória de vítima de atentado na Inglaterra chega à Itália

Uma garrafa lançada ao mar pela mãe de uma vítima do atentado de Manchester de 2017 foi hoje encontrada numa praia na região de Apúlia, no sul da Itália. A mensagem foi enviada em memória de uma adolescente de 14 anos, uma das 22 que morreram depois de uma explosão causa por um bombista suicida na cidade inglesa.

Segundo avança o jornal britânico The Daily Telegraph, a garrafa foi recolhida por um homem que estava a fazer trabalhos de limpeza numa praia em Pozzo Pasulo, perto da comuna de Morciano di Leuca.

A garrafa lançada no mar, hermeticamente fechada com um selo de cera, tinha uma etiqueta com uma fotografia e com a menção: "Em afetuosa memória de Sorrell Leczkowski, 5 de fevereiro 2003 - 22 de maio 2017".

A jovem em causa era uma adolescente de 14 anos que morreu depois de um ataque suicida à bomba perpetrado a 22 de maio de 2017 na Arena de Manchester depois de um concerto da cantora Ariana Grande.

Leczkowski foi uma das 22 vítimas mortais — sete crianças e 15 adultos — depois de Salman Abedi, autor do ataque, se ter feito explodir com uma bomba caseira no foyer da arena enquanto o público abandonava o espaço. A adolescente estava no local porque tinha ido com a mãe e com a avô buscar a sua irmã mais nova, que tinha ido ao concerto.

A mãe e a avô de Leczkowski sobreviveram, tendo sustido ferimentos, ao passo que a sua irmã mais nova escapou ilesa ao ataque.

Na mensagem que se encontrava dentro da garrafa encontrava-se um texto escrito pela mãe da adolescente. "A tua ausência é uma dor no coração que nunca desaparece", podia-se ler na missiva, tendo a progenitora escrito também que "quando morreste, o meu coração partiu-se em dois: um está cheio de tristeza, o outro morreu contigo".

Para além do texto, dentro do recipiente estava também uma bracelete, na qual está gravado o nome da jovem, que vivia nos subúrbios de Leeds, norte da Inglaterra.

O objeto foi levado ao presidente da pequena comuna de Morciano di Leuca, Lorenzo Ricchiuti, que está agora a tentar entrar em contato com a família para convidá-la ao local e devolver a garrafa.