Os dados foram divulgados hoje pelo Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla em inglês), que cita estimativas da organização não-governamental Banco de Dados de Localização e Eventos de Conflitos Armados (ACLED, na sigla em inglês).

O ACLED calcula que cerca de 13.900 pessoas foram mortas desde o início do conflito no país, em 15 de abril de 2023, enquanto o Ministério Federal da Saúde do Sudão anunciou que cerca de 27.700 pessoas ficaram feridas entre essa data e a última semana de janeiro.

O OCHA, que cita também a Organização Internacional para as Migrações (OIM), salienta que cerca de 8,1 milhões de pessoas foram deslocadas pela guerra, das quais 6,3 milhões foram deslocadas internamente de 6.771 localidades nos 18 estados do país, principalmente de Cartum, Darfur Ocidental e Al Jazira.

Além disso, mais 1,8 milhões de pessoas atravessaram as fronteiras para os países vizinhos, principalmente a República Centro-Africana, o Chade, o Egito, a Etiópia e o Sudão do Sul, segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

O relatório do OCHA inclui também estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM), que alertam para o facto de o preço dos cereais básicos poder aumentar 50 a 100% nos próximos meses, em comparação com o ano passado, devido às expectativas de uma colheita reduzida.

Os casos suspeitos de cólera também continuam a aumentar, com 10.730 casos suspeitos, incluindo 296 mortes associadas, notificados em 60 localidades de 11 estados até 19 de fevereiro de 2024, de acordo com o Ministério Federal da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O conflito armado no Sudão eclodiu devido a tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, em pleno processo político para colocar o país numa via democrática após o golpe de Estado de 2021.