“Durante o dia de ontem [quarta-feira], Portugal registou um total de 203 incêndios florestais. Foi o dia, desde 01 de janeiro, com maior número de incêndios por dia. Desde as 00:00 de hoje registamos já um total de 59 incêndios, sendo que destes estão em curso sete”, disse Patrícia Gaspar, da Proteção Civil, durante o ´briefing` operacional das 12:00.

“Destes sete incêndios, a nossa atenção vai em especial para quatro ocorrências: o incêndio de Unhais da Serra, na Covilhã, distrito de Castelo Branco, o incêndio de Paredes, no distrito de Vila Real, que tem neste momento cerca de 19 horas, o incêndio de Santarém, em Abrantes, e o incêndio de Boticas, Vila Real, que se iniciou já durante o dia de hoje, com uma hora de duração neste momento”, acrescentou a adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

O fogo que lavra no concelho de Abrantes é aquele que mais próximo esteve de habitações.

“O incêndio onde temos situações mais críticas, embora não haja nada em perigo direto, neste momento, é no concelho de Abrantes, no incêndio de Aldeia do Mato. Durante a tarde de ontem (quarta-feira), durante a noite e também já durante esta manhã, este incêndio foi tocando algumas aldeias”, contou Patrícia Gaspar, descrevendo depois as localidades que estiveram ameaçadas.

“Sobretudo Ribeira da Brunheta, Souto, Centieiras, Paúl, Carreiras do Mato - já hoje de manhã - Amoreira, Pucariça e Braçal. São as zonas no distrito de Santarém onde o incêndio chegou mais perto das habitações. Até agora, contudo, temos apenas a indicação de um anexo de uma casa ter sido diretamente afetado pelas chamas”, frisou Patrícia Gaspar.

Quanto ao incêndio em Unhais da Serra, concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, trata-se de um reacendimento que ocorreu pelas 23:15 de quarta-feira.

“É um incêndio complexo porque está a lavrar numa zona de acessos quase impossíveis aos meios terrestres. Temos meios aéreos a atuar, designadamente quatro aviões médios anfíbios, um helicóptero Kamov e dois helicópteros ligeiros. Tem estado muito vento nesta zona. As operações de combate têm sido muito dificultadas pelas condições do terreno e pelas condições meteorológicas. Vamos confiar nos 164 operacionais que temos no terreno para ver como é que o incêndio evolui nas próximas horas”, explicou a adjunta de operações.

Patrícia Gaspar reiterou que, devido às previsões de tempo quente para os próximos dias, foi elevado de amarelo para laranja o alerta especial do sistema integrado de operações e proteção de socorro para incêndios florestais, até sexta-feira à noite.

“Temos neste momento e até ao final do dia 11 todos os distritos em alerta laranja”, vincou.

Questionada pelos jornalistas sobre a “descoordenação” da Proteção Civil no incêndio de Pedrógão Grande, apontada pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, na quarta-feira, a adjunta nacional de operações da ANPC optou por não comentar.

“Relativamente a este assunto, e considero que estamos num briefing sobre a situação operacional, a Autoridade Nacional de Proteção Civil não tem qualquer comentário a realizar”, declarou Patrícia Gaspar.

A adjunta nacional de operações da Proteção Civil sublinhou que “estão operacionais” as quatro estações móveis de comunicações e prontas a serem encaminhadas para onde seja necessário, acrescentando que "não se regista qualquer falha" nas comunicações da rede SIRESP - Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal.

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