Na declaração em defesa da localização do futuro aeroporto internacional em Santarém, aquelas comunidades destacaram os pontos que justificam esta escolha, como a localização geográfica, pois “Santarém situa-se numa posição central em relação às regiões circundantes, o que permitiria uma fácil acessibilidade e conectividade para os viajantes”.

“Além disso, a sua proximidade com importantes vias rodoviárias e ferroviárias garante uma maior integração e mobilidade inter-regional”, lê-se no documento, no qual se destaca ainda o potencial turístico e o desenvolvimento económico da opção por Santarém.

Para estas comunidades, outro fator a ter em conta é o “descongestionamento de outros aeroportos”, o que resultaria numa “melhor distribuição de tráfego aéreo, melhorando a eficiência do sistema aeroportuário”, adiantam aquelas estruturas, numa declaração lida pelo presidente da Região de Leiria, Gonçalo Lopes.

As comunidades apelaram às autoridades competentes e aos responsáveis pela tomada de decisão que “priorizem Santarém”, em benefício de toda a região e do país.

Na conferência de imprensa, o presidente da CIM da Beira Baixa, João Lobo, destacou que a escolha de Santarém “tira proveito da rede construída do ponto de vista da ferrovia e da rede viária”, sustentando que a “inteligência manda” esta opção.

Já a presidente da CIM do Médio Tejo, Anabela Freitas, apontou outros dois aspetos, a coesão territorial e o “investimento maioritariamente privado” da localização em Santarém.

Por sua vez, o presidente da Região de Coimbra, Emílio Torrão, notou que este “é o aeroporto de Portugal, não é o aeroporto internacional de Lisboa”, acrescentando que se deve “acreditar na iniciativa privada”.

Por sua vez, Gonçalo Lopes realçou a “unidade relativamente a esta decisão e o peso que representa”.

“Esta é uma decisão que tem de ser urgente, tem de ser do ponto de vista ambiental irrepreensível e, do ponto de vista económico, não pode hipotecar o desenvolvimento do país”, disse.

Questionado sobre as declarações de hoje do ministro das Infraestruturas, João Galamba, à CNN/TVI, que considerou a opção por Santarém “longe”, Gonçalo Lopes disse que “é opinião, não é uma certeza”.

“Hoje assumimos uma posição política clara, objetiva, maturada e, portanto, achamos que a questão da distância já não se mede em quilómetros, mede-se em tempo”, adiantou.

Por outro lado, Gonçalo Lopes defendeu que esse “é um assunto que deverá ser tratado pelos especialistas que irão estudar de uma maneira técnica, científica e cuidada os diversos critérios”.

“Respeitamos aquilo que os elementos do Governo pensam, individualmente ou coletivamente. O que é fundamental para que haja credibilidade na escolha é que a Comissão faça o seu trabalho de uma maneira independente e achamos que não está posta em causa essa independência”, acrescentou.

A comissão técnica que está a estudar a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa anunciou em 27 de abril nove opções possíveis para o novo aeroporto, que incluem as cinco definidas pelo Governo mais Portela+Alcochete, Portela+Pegões, Rio Frio+Poceirão e Pegões.

Às cinco opções avançadas pelo Governo – Portela+Montijo; Montijo+Portela; Alcochete; Portela +Santarém; Santarém – foram adicionadas as opções: Portela+Alcochete; Pegões; Portela+Pegões; e Rio Frio+Poceirão, totalizando sete localizações e nove opções estratégicas.

Fazem parte da CIM da Região de Leiria Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.

Integram a CIM Região de Coimbra os municípios de Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares.

Já o Médio Tejo inclui Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.

Os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão estão na CIM da Beira Baixa.