O Parlamento de Edimburgo aprovou, esta terça-feira, 28 de março, uma moção em que se pede ao governo de Theresa May a realização de um segundo referendo à independência da Escócia com 69 votos a favor, contando com o apoio dos ecologistas do Green Party, frente a 59 votos contra.
A consulta popular é proposta para o período entre entre outubro de 2018 e a primavera de 2019.
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon disse, durante o debate, que ainda esta semana iria formalizar o pedido, aproveitando a ocasião para deixar um recado a Theresa May: “Espero que o governo britânico respeite a vontade do Parlamento Escocês”.
A votação desta mesma moção esteva marcada para a quarta-feira da semana passada, mas, devido ao ataque a Londres, o debate foi interrompido e a votação adiada.
Na terça-feira da semana passada, no início da discussão da moção no hemiciclo de Edimburgo, Sturgeon disse que seria “injusto e inaceitável” que o Governo britânico rejeitasse o seu pedido de organização de um novo referendo sobre a independência.
No entanto, a primeira-ministra conservadora Theresa May respondeu na semana passada ao considerar “não ser o bom momento” para organizar esta consulta, e quando o Reino Unido vai iniciar difíceis negociações sobre a sua saída da UE que devem prolongar-se por dois anos.
Uma posição que terá sido reforçada no encontro de ontem entre a chefe do executivo britânico e Sturgeon.
Nicola Sturgeon anunciou em 13 de março a intenção de organizar um novo referendo sobre independência no final de 2018 ou início de 2019, argumentando que a saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’) e sobretudo do mercado único se arriscam a provocar a eliminação “de dezenas de milhares de empregos” na Escócia.
O Reino Unido referendou o 'Brexit' no verão passado e a opção "sair" ganhou globalmente com 52% contra 48%.
No entanto, na Escócia os eleitores votaram maioritariamente contra a saída da UE.
O parlamento regional escocês em Edimburgo votou hoje uma autorização para que Sturgeon insista com a primeira-ministra britânica, Theresa May, que considera a questão da independência escocesa já decidida.
Em 2014 a Escócia realizou um referendo sobre o assunto, no qual a opção independência perdeu por escassa margem.
Na segunda-feira Londres anunciou que vai desencadear o processo do ‘Brexit’ na próxima quarta-feira, 29 de março.
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