"De uma maneira geral, seria útil dispor de um período mais longo para gerir o ajuste entre a situação atual de membro pleno da UE e a futura", disse Hammond numa audiência no comité do Tesouro do parlamento britânico. Isto facilitaria "uma transição mais suave e implicaria menos riscos de perturbações, incluindo para a estabilidade financeira, que é uma verdadeira preocupação".

Segundo o ministro, existe uma "visão emergente" sobre o tema, compartilhada por empresários, reguladores, alguns dirigentes políticos e responsáveis "de ambos os lados do Canal da Mancha". A necessidade de se ter um período de transição foi defendida, em particular, por representantes do setor financeiro da City que temem que o Brexit complique as suas atividades.

Bruxelas já antecipou que dificilmente poderá contemplar este tipo de acordo com o governo britânico. Uma vez materializado o "divórcio", é "difícil imaginar um período de transição" sem definir de maneira precisa os termos da futura relação com a UE, declarou na semana passada o responsável pelo processo Brexit na Comissão Europeia, Michel Barnier. "Apenas podemos chegar a uma situação de transição se houver uma convergência sincera de pontos de vista de ambos os lados da negociação", declarou Hammond. "Coletivamente, penso que os acordos de transição seriam benéficos".