Um inquérito realizado pelo Banco de Portugal e o Instituto Nacional de Estatística concluiu que a riqueza média por família em Portugal aumentou 19,9%, entre 2017 e 2020, para 200, 4 mil euros, de acordo com o comunicado divulgado esta quarta-feira.

"A riqueza líquida de uma família corresponde à diferença entre o valor dos seus ativos e das suas dívidas. Em relação a 2017, ano em que se realizou a edição anterior do ISFF, a riqueza líquida média por família aumentou 19,9% em termos reais, para 200,4 mil euros (a riqueza mediana aumentou 31,3%, para 101,2 mil euros). Os ativos reais e os ativos financeiros contribuíram para esta evolução, que é consistente com o aumento dos preços no mercado imobiliário e o aumento dos depósitos das famílias neste período, especialmente acentuados desde a pandemia. O valor médio da dívida, considerando as famílias com e sem dívida, manteve-se em cerca de 25,1 mil euros, e o valor mediano permaneceu nulo, uma vez que a percentagem de famílias sem dívida é superior a 50%", lê-se no comunicado.

Neste estudo é referido que cada vez mais também os portugueses preferem ter casa própria a alugar uma residência, sendo esta o ativo mais importante da riqueza da grande maioria das famílias. Nos dados divulgados, 70% das famílias vive em residência própria e só 2% preferiam ter arrendado. Das que arrendaram casa, 63,5% preferiam ter comprado e não o fizeram por falta de condições financeiras.

"A residência principal é o ativo mais importante da riqueza real das famílias em todas as classes de riqueza líquida, exceto na mais elevada. Nesta classe, os ativos reais são mais diversificados e a residência principal, os outros imóveis e os negócios por conta própria representam individualmente cerca de um terço do património. Mesmo na classe de menor riqueza líquida, em que a percentagem de proprietários da residência é relativamente baixa, 8,3%, a residência principal é dominante no valor do património do conjunto deste grupo", considera o estudo.

Quanto às dívidas, a mais comum, representada neste estudo, é mais uma vez a residência, concretamente a hipoteca. Em praticamente todas as classes, são mais os de 30% aqueles que têm empréstimos.