O aviso foi deixado por Konstantin Gavrilov, chefe da delegação russa nas negociações sobre segurança militar e controlo de armas da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), realizadas em Viena, noticiou a agência TASS.

“Foram ouvidos comentários que, dadas as condições de destruição significativa das infraestruturas aéreas ucranianas, os caças F-16 transferidos para as Forças Armadas da Ucrânia podem voar a partir de bases aéreas na Polónia, Roménia e Eslováquia”, afirmou Gavrilov.

Se esta possibilidade se confirmar, prosseguiu o dirigente russo, Moscovo considerará que os aviões de combate provenientes do território da NATO estão a participar no conflito ucraniano e tomará “medidas retaliatórias”.

Na semana passada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia declarou que a entrega de aviões de combate F-16 à Ucrânia vai aumentar o risco de um confronto militar direto entre Moscovo e a NATO.

Segundo a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, os aparelhos vão passar a ser um alvo militar legítimo para a Rússia, “de onde quer que voem”.

Zakharova acrescentou que “uma parte importante” da Força Aérea ucraniana “foi destruída” e especulou que os novos aviões podem vir a ficar em bases fora das fronteiras da Ucrânia, nomeadamente na Polónia, Eslováquia ou Roménia.

“Os Estados da Aliança Atlântica continuam a armar intensamente a Ucrânia (…) Para as forças russas, os caças que participam no conflito do lado das forças ucranianas, de onde quer que voem, vão passar a ser um alvo legítimo”, ameaçou.

Maria Zakharova referiu ainda que o envolvimento da NATO no conflito tem aumentado e considerou “ridícula” a posição da Aliança Atlântica que acusou de lançar uma guerra híbrida contra a Rússia ao mesmo tempo que afirma não querer confrontos com Moscovo.

Países Baixos, Dinamarca, Noruega e Bélgica prometeram até 61 caças F-16 à Ucrânia, que exigiu insistentemente estas aeronaves para repelir a invasão que a Rússia lançou neste país em fevereiro de 2022.

Após a formação dos pilotos ucranianos, espera-se que estes aviões de combate estejam ao serviço de Kiev no primeiro semestre de 2024.