A Finlândia, que é membro da NATO desde abril, vai assinar um acordo de defesa com os Estados Unidos na segunda-feira, em Washington, cujas negociações terminaram na quinta-feira, segundo anunciou o Governo finlandês.

“Não podemos deixar de lamentar este facto porque tínhamos excelentes relações com a Finlândia”, disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência russa Interfax.

“E, claro, agora que a Finlândia se tornou membro da NATO, e quando as infraestruturas militares da NATO já estão a entrar na Finlândia, isto irá representar uma ameaça para nós, obviamente”, acrescentou.

O acordo simplificará os exercícios conjuntos e a transferência de tropas e de equipamento, referiu a a Interfax.

Estipulará também zonas onde os soldados norte-americanos poderão atuar e onde os Estados Unidos poderão armazenar ou transportar armas e outro equipamento militar, acrescentou a agência russa.

Helsínquia disse em comunicado que o acordo reforçará a defesa da Finlândia, uma vez que permite a presença e o treino das forças norte-americanas e o armazenamento de material de defesa dos Estados Unidos no país.

A Finlândia é o membro mais recente da NATO, a que aderiu em abril de 2023, após décadas de não-alinhamento, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.

A Suécia, que pediu a adesão ao mesmo tempo que a Finlândia, aguarda o aval da Turquia para se tornar o 32.º membro da NATO, a sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

O ministro da Defesa finlandês, Antti Hakkanen, considerou o acordo “muito significativo para a defesa e segurança da Finlândia.

“Trata-se de uma mensagem muito forte nesta altura. Os Estados Unidos estão empenhados na nossa defesa, mesmo numa situação difícil”, disse Hakkanen na quinta-feira.

A Finlândia, com 5,6 milhões de habitantes, partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros com a Rússia, que constitui uma parte significativa do flanco nordeste da NATO e funciona como fronteira externa da União Europeia no norte.

Na semana passada, o vizinho nórdico da Finlândia, a Suécia, que está prestes a aderir à NATO, assinou um acordo semelhante.

Espera-se que a Dinamarca, membro da Aliança, faça o mesmo num futuro próximo.

Uma das razões da Rússia para invadir a Ucrânia foi a aproximação da NATO das suas fronteiras.

Antes da invasão, Moscovo chegou a exigir o recuo da NATO para as fronteiras anteriores ao alargamento ao leste europeu, bem como garantias de que a Ucrânia e a Geórgia nunca seriam membros da Aliança Atlântica.

A NATO recusou tais exigências.