"Houve um fenómeno em relação ao Reino Unido que foi uma redução de saídas de cerca de menos 5.000 em 2016, face a 2015", afirmou José Luís Carneiro, vincando que, apesar do processo de desvinculação da União Europeia, o regresso de portugueses "não é significativo".

Apesar da redução no número de saídas, em 2016 cerca de 30 mil portugueses emigraram para o Reino Unido.

O secretário de Estado das Comunidades participou esta noite numa conferência sobre "As Prioridades de Política Para os Portugueses no Mundo", organizada pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) na capital madeirense.

José Luís Carneiro lembrou que a saída do Reino Unido da União Europeia já motivou um reforço dos meios humanos nos consulados de Londres e de Manchester, para além de ter sido criada uma linha direta online para responder a dúvidas da comunidade.

"Colocamos em final de 2017 mais sete funcionários. Cada funcionário em regra pratica 3.500 atos consulares, pelo que reforçamos imenso a capacidade de resposta destes serviços", salientou.

O governante apontou ainda como medidas de apoio à comunidade a realização de uma ação de capacitação do movimento associativo, preparando-o para dar apoio aos cidadãos nacionais, bem como uma série de "diálogos com a comunidade".

"No seguimento, reforçámos as condições de apoio social, tendo colocado mais uma conselheira social, com funções sobretudo relacionadas com visitas a cidadãos detidos e apoio a famílias para a proteção e a tutela de cidadãos menores, nomeadamente crianças e jovens em risco", explicou.

Ao nível mundial, por outro lado, o governante destaca como prioridade a proteção consular, o reforço de meios e a modernização dos serviços, considerando que cerca de 5,6 milhões de cidadãos vivem fora do país, dos quais 2,3 milhões são emigrantes e os restantes lusodescendentes e indivíduos com nacionalidade portuguesa.

José Luís Carneiro sublinhou, no entanto, que em 2016, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, 60% dos 100 mil portugueses que saíram do país voltaram em períodos inferiores a um ano.

"Isto significa que temos cada vez mais cidadãos a trabalhar em mobilidade, mas sempre com ligação ao país", realçou.