É uma proposta dura, mas que já gerou consenso entre três partidos de diferentes espectros políticos: sancionar a Rússia pela guerra na Ucrânia com um embargo total à compra de gás e petróleo russo.

A ideia foi defendida, em primeiro lugar, pelo líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, no debate que ocorreu ontem, quarta-feira, na Assembleia da República, que afirmou que “Portugal deve, sem hesitações, apoiar a luta heroica e não apenas ‘estar quase’ como apoiante, no diagnóstico que foi feito pelo presidente Zelensky há umas semanas”.

“E deve defender a extensão das sanções aplicadas ao agressor, a independência energética europeia e o embargo totais às compras de gás e petróleo russos, bem como julgamento dos responsáveis pelos crimes de guerra cometidos”, defendeu.

Também a IL, pela voz da deputada Joana Cordeiro, defendeu “sanções drásticas” à Rússia, “com o fim da compra de petróleo e gás”.

Já Rui Tavares, deputado único do Livre, em concordância com a sanção exposta pelo PSD e IL, trouxe uma proposta para cima da mesa, sugerindo a penhora dos pagamentos de energia, gás e petróleo, à Rússia através de uma conta fiduciária num Estado terceiro, como a Suíça, que não pertence à União Europeia nem à NATO, até que que o regime liderado por Vladmir Putin retire as tropas da Ucrânia e firme um acordo de paz com o país, utilizando depois o valor acumulado para ajudar a reconstruir o país ucraniano.

De acordo com uma notícia publicada pelo Expresso no final de fevereiro deste ano, em que cita o gabinete do então ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, Portugal não importa crude da Rússia desde 2020.

Já relativamente ao gás natural, em 2021 apenas 10% das importações tiveram origem na Rússia, com o norte de África e os Estados Unidos da América a surgirem como principal mercado para o fornecimento a Portugal.