Palavras proferidas por Pedro Santana Lopes no final do seu discurso de cerca de uma hora em Santarém, durante a sessão de lançamento da sua candidatura à presidência do PSD.
Para o antigo primeiro-ministro, “o PPD/PSD deve sentir orgulho de Portugal ter o Presidente da República” que tem e, por isso, deve haver compreensão em relação ao exercício do mandato presidencial.
“Ninguém pode compreender sempre todas as atitudes de cada responsável político. Às vezes podemos gostar de ver o Presidente da República mais distante do Governo em funções, mas os presidentes da República não podem nunca ser oposição aos governos. Podem e devem ser a voz da consciência nacional quando os governos não a ouvem, como foi agora o caso da intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa depois das tragédias”, salientou Pedro Santana Lopes.
Pedro Santana Lopes estendeu depois os elogios, insistindo na ideia de que “o PPD/PSD se orgulha da sua história, orgulha-se de Aníbal Cavaco Silva como Presidente da República”.
“Somos um partido que nasceu para ganhar e não para sermos segundo de alguém”, afirmou, dirigindo-se implicitamente aos seus adversários.
O ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa também falou sobre o estilo que adotará caso seja eleito líder do PSD.
“Não sou do estilo de líder político que goste de estar sempre zangado, crispado ou que se aborreça com as boas notícias. Durante a minha liderança, durante a minha oposição ao Governo, garanto-vos que quando boas notícias chegarem sobre Portugal, encontrarão um sorriso nos meus olhos”, disse.
Já nos pontos em que o PSD pretende “marcar a base e o cimento da alternativa a construir face à frente de esquerda”, Santana Lopes prometeu uma atitude diferente: “Seremos intransigentes”.
Na sua intervenção, o antigo presidente da Câmara de Lisboa fez também referências indiretas ao antigo líder socialista José Sócrates, que o derrotou nas eleições legislativas de 2005.
Santana Lopes começou por advogar que, em Portugal, “o que está mal não é o povo”.
Em Portugal, disse, “está mal o modelo de crescimento e algumas elites políticas e económicas que eu denunciei em 2004 e 2005″.
“Elites essas que, ao longo de anos – como hoje em dia se vê e eu denunciei em 2004 e 2005 – trataram deles próprios e não trataram de Portugal e dos portugueses”, acrescentou.
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