De acordo com o secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, reconduzido hoje nas funções para novo mandato, até 2019, esta aproximação, com a adesão à organização, resulta “do desejo" de Santiago de Compostela de "reforçar as relações com as cidades do mundo lusófono, não apenas com as portuguesas".
"É interessante. Foram eles próprios que sugeriram e que apresentaram uma proposta, que tem lógica, porque os estatutos permitem que quando haja alguma relação de identidade com a UCCLA - e há - possam associar-se. E essa identidade tem a ver com a origem da própria língua portuguesa e da língua castelhana, no que respeita à Galiza, que é o galaico-português", apontou o secretário-geral da organização, em declarações à Lusa.
A UCCLA conta atualmente com 41 cidades lusófonas associadas, além de cerca de 40 empresas cooperantes, e nesta 33.ª assembleia-geral terminou o mandato de Maputo (Moçambique) na liderança rotativa da comissão executiva, que passa agora a ser assumida, até 2019, por Santo António do Príncipe, em São Tomé e Príncipe.
Aquela cidade vai receber no final deste ano a próxima reunião da comissão executiva, enquanto a 34.ª assembleia-geral da UCCLA deverá ter lugar em Cascais, Portugal, no início de 2018, conforme proposta daquele município, aprovada hoje na mesma reunião.
Além da entrada de Santiago de Compostela, a assembleia-geral - cuja mesa continua a cargo do presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda e governador da província, Higino Carneiro - aprovou a inclusão como membros do município angolano do Kilamba Kiaxi e da Associação Empresarial de Luanda.
Em cima da mesa está também a entrada para a UCCLA de Malabo, capital da Guiné Equatorial, membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), conforme "interesse grande" já transmitido formalmente, adiantou Vítor Ramalho.
O apoio à organização e formação no seio das autarquias que integram a UCCLA é uma das prioridades da organização, que está a virar-se também para promoção económica destas áreas no exterior.
Além disso, a UCCLA tem conduzido candidaturas a fundos comunitários e ao Instituto Camões para projetos de apoio ao desenvolvimento nas respetivas cidades, explicou o secretário-geral da organização.
É o caso de um projeto que permitiu levar água potável a 13 bairros pobres, com 9.000 pessoas, na cidade da Praia, em Cabo Verde, com financiamento a fundo perdido da União Europeia, tal como a criação de uma central de compostagem e limpeza da cidade de São Tomé e Príncipe.
Também de projetos de apoio à reconstrução em Timor-Leste ou à formação de empresários da área da apicultura na Guiné-Bissau.
Na Ilha de Moçambique, a UCCLA está a realizar, com conclusão para finais de 2018, um projeto de revitalização que passa pelas vertentes da urbanização, promoção turística e combate à iliteracia.
"As pretensões são múltiplas, desde respostas na natureza operacional no saneamento básico, na água potável, na formação de empresários até à formação profissional e escolar", sustentou Vítor Ramalho.
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