“Estamos a preparar o dispositivo para oito milhões de pessoas no ano de 2017. Um milhão de pessoas é o número previsto de visitantes que teremos em 12 e 13 de maio”, devido à visita do papa a Fátima, freguesia do concelho de Ourém, no distrito de Santarém, disse o autarca.

Para Paulo Fonseca, esta é uma “massa humana muito grande”, não sendo “habitual” em Portugal que haja algum evento “com uma dimensão desta natureza”.

Face ao número de visitantes previstos, há a necessidade de garantir “capacidade organizativa a nível de proteção civil, segurança”, levando à alteração “de algumas regras”, como é o caso da criação de bolsas de estacionamento fora da cidade, para diminuir o tráfego em Fátima, explanou o presidente da Câmara de Ourém, que falava aos jornalistas à margem do Encontro Anual de Hoteleiros, promovido pelo Santuário.

Paulo Fonseca apelou também a uma “discriminação positiva” por parte do Estado em relação a Fátima, à imagem daquilo que o bispo de Leiria/Fátima já tinha feito durante o evento.

“Durante toda a vida, Fátima teve uma discriminação negativa por parte do Estado português. O país, durante muito tempo, não compreendeu a importância de Fátima e aquilo que tinha a ganhar com a projeção mundial” deste santuário, notou.

A atitude do Estado está a mudar “ligeiramente”, mas será necessário o país “perceber o impacto” de Fátima, referiu o autarca, acrescentando que a Câmara encomendou um estudo sobre o impacto económico do Santuário, “para o Terreiro do Paço perceber com mais clareza” a sua importância.

De acordo com o autarca, o Governo, até agora, só informou “verbalmente” que a candidatura que a Câmara de Ourém tinha apresentado ao Governo para um apoio no valor de cinco milhões foi “aprovada num milhão de euros”.

“O município vai fazer um esforço adicional com os seus meios”, esclareceu.

Para a receção ao papa Francisco, a autarquia vai criar zonas de estacionamento fora da cidade com capacidade para “muitos milhares de lugares”, vai instalar ecrãs gigantes fora do Santuário “para reduzir a pressão no recinto” e avançar com um conjunto de obras para melhorar os pisos e a sinalização na freguesia de Fátima.

Relativamente à segurança, Paulo Fonseca mostrou-se “absolutamente tranquilo”, sublinhando que todas as forças estão convocadas “para garantir um bom sistema de segurança para todos”.