Um vídeo publicado pelo jornal sueco Expressen mostra um enorme buraco no gasoduto, com pedaços de metal destruídos pela explosão.

Filmadas esta segunda-feira a uma profundidade de cerca de 80 metros, as imagens de um dos quatro pontos das fugas revelam que mais de 50 metros do gasoduto foram destruídos, segundo o Expressen.

"Apenas um evento de força extrema poderia retorcer um metal tão espesso", explica Trond Larsen, piloto de drones da agência norueguesa Blue Eye Robotics, responsável por dirigir o dispositivo submersível que filmou as imagens.

Além disso, junto ao gasoduto, "é possível ver um grande impacto no fundo do mar", diz o jornal sueco.

Os dois gasodutos, Nord Stream 1 e 2, foram danificados por, pelo menos, duas explosões nas águas do Mar Báltico que causaram quatro fugas.

Depois de causar grandes libertações de metano, pararam de deixar sair gás e a última fuga já não é visível à superfície desde sexta-feira, segundo a Guarda Costeira da Suécia.

A quarta fuga está localizada no nordeste da ilha dinamarquesa de Bornholm, acima do gasoduto Nord Stream 2, informou a Guarda Costeira em comunicado.

A 6 de outubro, as autoridades suecas anunciaram que tinham realizado uma inspeção submarina no local e obtido "provas" que confirmavam as suspeitas de uma possível sabotagem, uma hipótese confirmada pela Dinamarca esta terça-feira.

O Kremlin considera que a investigação dos incidentes está a ser "manipulada" para culpar a Rússia pelas explosões. "A partir das declarações que ouvimos da Alemanha, França e Dinamarca, esta investigação está a ser orquestrada para responsabilizar a Rússia. É um absurdo", reclamou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta terça-feira.

Moscovo acusou os países ocidentais de estarem por trás das explosões. Peskov argumentou que "a Rússia não explodiria o seu próprio gasoduto".

"Só podemos lamentar que toda a investigação esteja a ocorrer em coordenação com um grupo muito, muito pequeno (...) sem a participação da Rússia, que é co-proprietária do gasoduto", lamentou Peskov.

A Rússia abriu a sua própria investigação sobre as explosões, embora não tenha a capacidade de investigar o local. Os investigadores russos estão "a fazer o seu trabalho", assegurou Peskov.

Alemanha, França e Dinamarca estão a realizar investigações em nível nacional e a opção de iniciar investigações internacionais, conforme solicitado pela Rússia, não parece estar em cima da mesa.

Os gasodutos, operados por um consórcio controlado pela gigante russa Gazprom e que vão da Rússia à Alemanha, deixar de estar operacionais devido à guerra na Ucrânia, mas ainda estavam cheios de gás quando ocorreram as explosões.

O uso de tais infraestruturas tem estado no centro das tensões geopolíticas entre Moscovo e o Ocidente.