Luis Almagro pediu ao seu Conselho Permanente para convocar a reunião, para a organização fazer uma “avaliação coletiva” da situação e tomar uma posição.

De acordo com os seus estatutos, a OEA autoriza o secretário-geral ou um governo a convocar uma reunião extraordinária em caso de “alteração da ordem constitucional que afete gravemente a ordem democrática” de um Estado membro.

O pedido de Luis Almago foi feito um dia depois de a OEA denunciar que estava em curso um “autogolpe de Estado perpetrado pelo regime venezuelano contra a Assembleia Nacional (AN), o último poder do Estado legitimado pelo voto popular”.

O comunicado da organização surgiu horas depois da sentença do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela ter sido divulgada.

Vários Estados americanos, como o México, Colômbia, Chile, Brasil, Argentina, Peru e Estados Unidos, assim como a União Europeia criticaram a decisão do STJ em violação da ordem constitucional na Venezuela.

A decisão do STJ culmina mais de um ano de tensão entre o máximo tribunal — próximo do Presidente Nicolas Maduro – e a assembleia – dominada por opositores do regime de Caracas, que venceram as legislativas de 2015 – suscitada pela tomada de posse de três deputados suspensos por fraude eleitoral, acusações que a oposição rejeita.

A situação acentua a crise política na Venezuela, onde Maduro e aliados tentam manter-se no poder face a uma oposição que se esforça por afastá-lo, num contexto de profunda crise económica, com três anos de recessão a provocarem escassez de alimentos e medicamentos, motins e o aumento dos crimes violentos.