O SEF e a ASAE estão a colaborar na operação que a Polícia Judiciária está hoje a realizar na zona de Lisboa que visa o desmantelamento de uma alegada rede criminosa de imigração ilegal, disse à Lusa fonte policial.

A mesma fonte adiantou que em causa estão essencialmente os crimes de auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos.

A CNN Portugal noticiou que esta rede criminosa aproveitava a plataforma eletrónica Sistema Automático de Pré-Agendamento (SAPA) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), na qual as manifestações de interesse (pedido formalizado junto do SEF para obter uma autorização de residência) permitiam a circulação de imigrantes na Europa com base em supostos contratos de trabalho.

A Lusa contactou a Polícia Judiciária, que até ao momento não confirmou oficialmente a operação em curso.

As alterações feitas à lei de estrangeiros em 2017 permitem a entrada em Portugal de imigrantes que tenham pedido, através do SAPA, uma manifestação de interesse para trabalhar no país, ficando a aguardar um contacto do SEF para dar início ao processo de obtenção de autorização de residência, que muita vezes não se concretiza.

Em 2019, o SEF apresentou uma participação ao Ministério Público, por indícios de crime de auxílio à imigração ilegal, devido à alegada venda de vagas de atendimento em portais de anúncios classificados, tendo a queixa sido arquivada.

Na altura, o SEF referiu que podia existir uma "utilização abusiva" do SAPA através de sistemas informáticos e "suspeitas fundadas da captura de vagas por parte de particulares, com base em 'encomendas' de pacotes de prestação de serviços que incluem o agendamento e a preparação do pedido a apresentar".