O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido atualizou os dados na sua página sobre conselhos de viagem, alertando contra qualquer deslocação para a Ucrânia e enfatizando que os britânicos devem deixar o país “agora”.

O chefe do governo britânico, Boris Johnson, participou hoje do encontro, para debater a situação na Ucrânia, com líderes dos Estados Unidos, Itália, Polónia, Roménia, França, Alemanha, Conselho Europeu, Comissão Europeia e NATO.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico detalhou ainda que a Embaixada britânica na Ucrânia continua aberta, embora tenha suspendido a assistência consular presencial.

O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, referiu hoje que o governo russo, através do homólogo Sergei Shoigu e do chefe do Estado-Maior russo, Valeri Gerasimov, lhe assegurou que Moscovo não irá invadir a Ucrânia.

Wallace, que descreveu o seu encontro com o homólogo russo como "construtivo e franco", pediu à liderança militar da Rússia "diálogo como forma de resolver quaisquer preocupações que o governo russo possa ter".

"Deixei claro as consequências trágicas que qualquer invasão da Ucrânia teria para todas as pessoas, tanto ucranianas quanto russas, e para a segurança da Europa", salientou Wallace.

No entanto, também no final do encontro, o ministro da Defesa russo referiu que as relações entre o Reino Unido e a Rússia estão no seu ponto mais baixo.

“Infelizmente, o nível da nossa colaboração está quase a zero e em breve passará o nível de zero e tornar-se-á negativo, o que seria indesejável”, afirmou Sergei Shoigu, citado por agências noticiosas russas.

Ao mesmo tempo, o ministro russo apelou ao Ocidente para parar de “carregar” a Ucrânia com armas, sendo Londres um dos fornecedores.

“Gostaríamos também de contribuir para a redução das tensões e o fim da distribuição de armas à Ucrânia, que está a acontecer de todos os lados, de uma forma pública”, apontou, assegurando que Londres também enviou “forças especiais” para a Ucrânia.

A Rússia enviou mais de 100.000 soldados para as fronteiras da Ucrânia, onde conduz atualmente manobras, suscitando receios por parte do Ocidente de uma operação militar contra Kiev.

Moscovo, que já anexou a península da Crimeia em 2014, nega qualquer movimento agressivo em direção à Ucrânia, mas condiciona qualquer desescalada a uma série de requisitos, incluindo a garantia de que Kiev nunca integrará a NATO, algo que o Ocidente considera inaceitável.

As várias rondas de conversações diplomáticas nos últimos dias não trouxeram progressos na resolução da crise, que o Ocidente descreve como uma das mais perigosas desde o fim da Guerra Fria, há três décadas.

Washington e os países europeus anunciaram também que estão a enviar milhares de tropas para o leste da Europa em apoio à Ucrânia.

Ainda hoje, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a aconselhar os seus cidadãos na Ucrânia a deixarem o país, lembrando que um possível conflito entre as forças norte-americanas e russas será uma "guerra mundial".