Além dos trabalhadores do grupo de media que detém órgãos de informação como Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF, o pré-aviso de greve, datado de 29 de dezembro e divulgado hoje pelo SJ, abrange também “todos os jornalistas, independentemente do órgão de comunicação social para o qual prestem serviço” entre as 14:00 e as 15:00 do dia 10 de janeiro, “para que possam expressar a sua solidariedade” para com os trabalhadores do GMG e também “alertar o poder político e a sociedade civil para a situação do setor”.

O SJ, em nome dos trabalhadores do GMG, justifica a greve – entre as 00:00 e as 24:00 do dia 10 – com o “reiterado incumprimento” por parte da administração do grupo.

Na fundamentação da greve, o SJ realça que “a comissão executiva do GMG incumpre, de forma reiterada, os mais elementares deveres e obrigações legais para com os seus trabalhadores e prestadores de serviços” e “tem colocado em causa o nome dos títulos que detém, prejudicando a própria empresa”.

Na sexta-feira, as redações dos media Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF aprovaram a realização de uma greve a 10 de janeiro, depois de, no dia anterior, a administração do grupo ter informado os trabalhadores de que não tem condições para pagar os salários referentes a dezembro e que a situação financeira é "extremamente grave".

No pré-aviso de greve agora formalizado, os trabalhadores exigem “o pagamento imediato” dos salários em falta e do subsídio de Natal e da remuneração devida aos trabalhadores independentes (recibos verdes), recordando que “muitos dos prestadores de serviço” que trabalham para o grupo tiveram de “recorrer à solidariedade de jornalistas para poderem sobreviver”.

Simultaneamente, instam a comissão executiva do GMG a pôr “termo imediato a qualquer processo que determine a cessação de contratos de trabalho”.

A administração é acusada de pautar “a sua conduta por contradições entre o que anunciou fazer e o que tem feito” desde que tomou posse, há pouco mais de dois meses, e instada a focar-se “no investimento e na melhoria das condições de trabalho” para fazer crescer o grupo e assegurar “uma efetiva liberdade de informação de todos os cidadãos”.

A comissão executiva do GMG – consideram – “não tem correspondido aos padrões que a gestão de um grupo de media exige”.

No domingo, o SJ desafiou os acionistas do GMG a destituírem a comissão executiva, por declarações “lesivas para os interesses” do grupo.

Acionistas e comissão executiva têm trocado acusações e ameaças, enquanto os trabalhadores estão sem receber o salário de dezembro e o subsídio de Natal e os prestadores de serviços sem os pagamentos que lhes são devidos.