O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) reuniram-se hoje com o Governo e no final anunciaram um ciclo de greves em outubro e novembro, as de outubro por regiões (dias 11, 18 e 25) e uma nacional a 08 de novembro, com concentração de médicos “de bata” junto do Ministério da Saúde.

Depois da reunião, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, lamentou, em conferência de imprensa, que o Governo não tivesse apresentado qualquer contraproposta às propostas dos sindicatos, que se prendem com redução de horas extraordinárias anuais obrigatórias (matéria em que houve acordo), as chamadas horas de qualidade (durante a noite), redução do trabalho de urgência (de 18 para 12 horas semanais) e redução da lista de utentes por médico de família (dos atuais 1.900 para 1.500).

Tal como o dirigente do SIM, Mário Jorge Neves, pela FNAM também disse acreditar num acordo com o Governo até ao final do mês mas lamentou que na reunião de hoje não fossem “encontrados consensos”.

“Falamos da reposição de enquadramentos laborais que existiam antes da ´troika´ e cujo términos estava previsto para 2015″, salientou, tal como Roque da Cunha tinha salientando que não se trata de uma greve para aumentos salariais ou outras matérias que não estejam na base da greve que os médicos já fizeram em maio passado.

Lamentando os transtornos para os doentes, Mário Jorge Neves afirmou que as reivindicações dos médicos são também para beneficiar os utentes. Na questão dos médicos de família Roque da Cunha lembrou que estão em formação mais de 200 médicos para esta área.

Segundo os sindicalistas, embora não tivesse ficado marcada mais qualquer reunião com o Governo, este comprometeu-se a enviar aos sindicatos um documento de trabalho até à próxima quarta-feira, sendo possível nova reunião até final do mês.

“Uma greve dos médicos é a última coisa. Até ao último dia estamos disponíveis”, mas “a proposta (do Governo) que nos apareceu hoje é uma provocação”, disse Jorge Roque da Cunha.