"Segundo informação que os Estados Unidos prestaram durante o dia aos seus aliados, incluindo Portugal, os EUA julgam ter informações suficientes e para além de qualquer dúvida que o ataque de terça-feira foi feito pela força aérea síria e desencadeado a partir da base aérea que os EUA decidiram atacar durante a noite", contextualizou o ministro.
"Sendo assim, Portugal, como aliás a Europa, compreende a ação americana”, referiu o chefe da diplomacia portuguesa, mas sublinhando “dois pontos importantes” que são a legitimidade do Conselho de Segurança da ONU e a necessidade de encontrar uma solução política para o conflito.
"O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem de continuar e concluir a discussão em curso para tomar uma decisão sobre este assunto, porque é o CS da ONU que representa a comunidade internacional e o direito internacional de punir e retaliar o uso de armas químicas", disse Santos Silva.
Em segundo lugar, concluiu, deve-se "continuar o processo de negociação militar e política para encontrar uma solução política para o conflito sírio; não há soluções militares para conflitos militares, só há soluções políticas e é preciso encontrarmos todos uma solução que represente a integridade territorial da Síria, para que a Síria possa readquirir a sua natureza de um Estado soberano multiétnico, multiconfessional e secular e onde diferentes povos possam coexistir pacificamente".
Os Estados Unidos lançaram na madrugada hoje um ataque com 59 mísseis de cruzeiro contra a base aérea de Shayrat, de onde terão partido os aviões envolvidos no ataque com armas químicas que na terça-feira matou pelo menos 86 pessoas em Khan Sheikhun, no noroeste do país.
O bombardeamento de terça-feira foi assumido pelas autoridades sírias que, no entanto, negaram categoricamente ter usado armas químicas.
Na versão do regime de Bashar al-Assad, o ataque atingiu um depósito de armas químicas da Frente Al-Nosra, contrabandeadas para a província de Idleb a partir da fronteira com o Iraque e a Turquia, e que foram escondidas em zonas residenciais da zona.
Em resposta ao ataque, a Rússia já anunciou o reforço das defesas antiaéreas da base e pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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