O sismo de magnitude 4,9 na escala de Richter ocorrido hoje, com epicentro a cerca de seis quilómetros de Arraiolos, no distrito de Évora, não causou danos, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O tremor de terra foi registado às 11:51. O sismo foi sentido em Lisboa, a pouco mais de 120 quilómetros de Arraiolos.

Num primeiro comunicado, o IPMA tinha indicado que o epicentro deste sismo se localizou a cerca de oito quilómetros de Arraiolos. O Instituto recorda que a localização do epicentro de um sismo “é um processo físico e matemático complexo que depende do conjunto de dados, dos algoritmos e dos modelos de propagação das ondas sísmicas”, lembrando que “agências diferentes podem produzir resultados ligeiramente diferentes”. “Do mesmo modo, as determinações preliminares são habitualmente corrigidas posteriormente, pela integração de mais informação”, acrescentou.

Contactados pelo SAPO24 minutos após a ocorrência, os Bombeiros Voluntários de Arraiolos informaram que até ao momento não havia danos a registar. Do mesmo modo, os Bombeiros Voluntários de Évora, que fica a sensivelmente 30 quilómetros, também não registaram ocorrências. "Temos recebido várias chamadas, mas não as pessoas a perguntar se haverá réplicas e a perguntar o que devem ou não fazer", adiantaram em declarações ao SAPO24. Também o Comando Distrital de Operações de Évora, da Proteção Civil, informou que foram recebidos vários telefonemas a reportar o sismo, mas nenhum a informar sobre danos materiais ou físicos.

O IPMA corroborou estas informações num comunicado enviado à Lusa às 12:10 de hoje: “Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima IV (escala de Mercalli modificada) na região de Elvas”, afirmou o IPMA, realçando que poderão ser emitidos novos comunicados se a situação o justificar.

Também à Lusa, o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), adiantou que mais de uma hora depois, a Proteção Civil ainda estava a receber telefonemas. “Mas o mais importante é que até ao momento não há registo de danos pessoais ou materiais”, acrescentou.

Os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequeno (2,0-2,9), pequeno (3,0-3,9), ligeiro (4,0-4,9), moderado (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grande (7,0-7,9), importante (8,0-8,9), excecional (9,0-9,9) e extremo (superior a 10).

Agrupamento de Escolas de Arraiolos evacuado

Um funcionário da Escola Básica e Secundária Cunha Rivara, sede do agrupamento escolar, disse à agência Lusa que o estabelecimento “foi evacuado, como medida de prevenção”.

Contactado pela Lusa, José Manuel Pinto, do gabinete de informação da Câmara de Arraiolos, explicou que o plano de segurança do agrupamento escolar “foi acionado” e que “os professores e alunos saíram do edifício”.

“Os professores seguiram as regras que estão definidas e levaram os alunos para um ponto de encontro que está estabelecido no plano de segurança”, acrescentou.

O susto

Conceição Estrada, proprietária de um café da vila, o Snack-Bar O Rossio, está hoje de folga em casa e disse à Lusa ter apanhado “um susto” quando ouviu “um barulho horrível” e “caíram os copos da cristaleira e as molduras de fotografias”.

“Foi horrível, foi muito forte. Não ganhei para o susto, parecia um grande camião a passar e tremeu tudo”, relatou, explicando que o sismo “durou poucos segundos” e que, quando saiu para a rua, outras pessoas já lá estavam: “Nunca tinha visto tanta gente aparecer de repente, foi tudo para a rua”.

Maria Leonor, dona de outro café da vila, a Cafetaria D. Leonor, contou à Lusa que o sismo também a assustou: “Fiquei a tremer”.

“Sentimos o sismo, com barulho e tudo e o café tremeu. Pensei que era uma carrinha que estava a estacionar na rua, que tinha feito tremer a casa, mas o condutor saiu e disse que também tinha a carrinha a tremer”, afirmou.

Segundo José Manuel Pinto, da câmara municipal, a seguir ao tremor de terra, “houve muitas pessoas a irem para a rua” e alguns habitantes mais idosos “disseram que há muitos anos não se sentia um sismo tão grande” na vila alentejana.

O sismo foi sentido um pouco por todo o Alentejo. A Lusa obteve relatos do tremor de terra em cidades como Évora, Beja, Portalegre, Estremoz ou Reguengos de Monsaraz. Mais a sul, no Algarve, também foi sentido na cidade de Portimão.

Vários testemunhos relataram a queda de molduras, objetos a mexer e o “barulho intenso”.

(Notícia atualizada às 13h48)

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