“Soubemos isto ontem [sábado] ao final do dia, tentámos logo corrigir o número de telemóvel, retirando-o. Durante o dia de hoje temos tentado resolver a questão junto da Google, perguntando se é possível fornecerem-nos os dados de quem é que colocou lá aquele telemóvel”, afirmou à Lusa o responsável Nuno Silva, acrescentando que, na segunda-feira, a associação irá formalizar uma queixa ao Ministério Público.

“Utilizando o Google e pesquisando por ‘SOS Racismo’, o site disponibiliza a informação sobre a morada da sede da associação (que está correta) e um número de telemóvel - 964 378 225 – que não corresponde a nenhum contato da associação”, refere o SOS Racismo no comunicado publicado hoje na sua conta oficial do Facebook.

Na publicação, são demonstradas imagens com screenshots [capturas de ecrã] em que se pode ver aquele contacto associado ao SOS Racismo.

Neste momento, quando é feita uma pesquisa no motor de busca do Google, o número de telefone em causa já não surge. Apenas é indicada a morada da associação.

No site do PNR, este número de telefone é indicado como contacto da Comissão Política do partido.

O alerta foi dado ontem por uma “cidadã que pretendia contactar o SOS Racismo”, explica a organização.

O SOS Racismo classifica a situação como “gravíssima” e diz desconhecer “há quanto tempo esta informação circula no Google, e quantas pessoas e entidades já terão contactado o PNR, pretendendo contactar o SOS Racismo”. “Desconhece, também, que tipo de informação terá sido prestado a estas pessoas e qual o uso dado à informação recolhida”, acrescenta.

A associação afirma que “tudo fará” para que “os responsáveis sejam identificados e punidos”.

Apesar de a situação já ter sido corrigida, Nuno Silva sublinha que é preciso perceber o que aconteceu.

“Falta perceber como é que aquele telemóvel foi lá parar. Se foi uma brincadeira de mau gosto, se foi intencional, se foi um erro. Vamos ver se a Google nos responde e vamos apresentar queixa no MP para depois fazerem a investigação que entenderem necessária”, explicou.

O SOS Racismo apresenta-se como uma “organização sem fins lucrativos que combate o racismo na sociedade portuguesa”, pode ler-se na descrição da conta de Facebook. A associação, que existe desde 1990, “propõe uma sociedade mais justa, igualitária e intercultural onde todos, nacionais e estrangeiros com qualquer tom de pele, possam usufruir dos mesmos direitos de cidadania”, indica o site.

O PNR define como "basilares e essenciais" os valores de "Nação e Identidade, Família, Trabalho, Independência Nacional e Património Histórico-Cultural", pode ler-se no site. Quanto à sua posição acerca da imigração, o partido defende um "sentido de comunidade uniforme" que se "apoia apenas numa etnia característica do povo português".  "Esta Portugalidade é em tempos pontuais acrescentada através de algumas fixações de indivíduos mas jamais poderá ser uma prática comum ou sujeitar o país a uma invasão ou imigração desregrada e descontrolada como assistimos actualmente", expressa o partido no site.

*Com agência Lusa

(Notícia atualizada às 19h30)