“O último recorde foi num dia que não posso precisar, mas algures em agosto de 2013, quando subiram 329 pessoas”, afirmou Hernâni Jorge.
Segundo Hernâni Jorge, “julho e agosto, tradicionalmente, sempre foram meses bastante procurados pelos visitantes e pelos locais, também, para a subida à montanha”.
“Mas temos vindo, de forma consistente nos últimos anos, a verificar uma subida no número de escaladas, sendo que por exemplo hoje, durante a manhã, por volta das 05:30 [mais uma hora em Lisboa] ultrapassámos já as dez mil subidas desde 1 de janeiro, valor esse que no passado só tinha sido atingido em 2015 e em 2016”, explicou o responsável.
O diretor regional do Ambiente precisou que no caso de 2015, as dez mil subidas foram ultrapassadas em meados de outubro, enquanto no ano passado tal sucedeu no mês de setembro.
“Se se mantiver a procura que temos vindo a verificar na primeira quinzena de agosto, perspetivamos que até ao final do mês possam ser ultrapassadas as 12.317 subidas de todo o ano de 2016”, salientou.
Hernâni Jorge referiu que há um limite de permanência em simultâneo no trilho da montanha, de 160 pessoas, podendo em situações excecionais ser autorizado um acréscimo de 25%, até ao máximo de 200 pessoas.
“No Piquinho [70 metros acima da cratera], a permanência em simultâneo é de 30 pessoas por um período máximo de 30 minutos”, adiantou, explicando que “nesta altura estarão mais de cem pessoas em lista de espera para procurar subir a montanha durante o dia de hoje, aguardando que outras desçam para poderem iniciar a sua subida”.
O diretor regional do Ambiente dos Açores informou que uma grande percentagem dos visitantes da montanha são turistas, “com predomínio dos nacionais não residentes na ilha”, destacando, igualmente, “bastantes estrangeiros com predominância dos alemães e, nos últimos anos, também com uma grande relevância de franceses e italianos”.
Hernâni Jorge justificou ainda o aumento de escaladas à montanha com diversos fatores.
“A montanha é imponente, afirma-se no contexto da ilha, ocupando várias perspetivas que temos da paisagem”, realçou, salientando que esta é uma reserva natural, “uma das primeiras do país e da região”, criada há 45 anos.
Nesse sentido, acresce um conjunto de fatores naturais, como os ecossistemas e “as espécies que podem aí ser encontradas”, assim como o desafio que passa “pela escalada do ponto mais alto de Portugal e um dos pontos mais altos do Atlântico Norte”, afirmou.
“São certamente atrativos e desafios que levam a que a montanha tenha esta procura crescente e constitua um fator de animação e de atração turística do Pico e da região”, acrescentou.
De acordo com a página na Internet dos Parques Naturais dos Açores, “embora não sendo uma escalada técnica, a subida à montanha do Pico é de grau de dificuldade médio/elevado”.
“O trilho tem uma extensão total de cerca de 7.600 metros (3.800 metros desde a base até ao cume) e um desnível de 1.100 metros, iniciando-se na Casa da Montanha, a 1.230 metros de altitude, onde todos os caminhantes fazem o registo de subida, atingindo o cume aos 2.351 metros de altitude e terminando com o regresso à Casa da Montanha”, adianta.
Comentários