Presente hoje a primeiro interrogatório judicial, a juíza de instrução criminal Cláudia Pina decidiu aplicar ao arguido a medida de coação mais gravosa: a prisão preventiva, tendo o arguido ficado indiciado de um crime de homicídio qualificado na forma consumada e de quatro crimes de homicídio qualificado na forma tentada.

Luís Pina, de 35 anos e com ligações à claque do Benfica No Name Boys, entregou-se ao início da tarde de quinta-feira à Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, acompanhado pelo seu advogado, que, à saída das instalações da PJ disse aos jornalistas que o seu constituinte "não matou ninguém", acrescentando que o que aconteceu "foi um acidente" provocado pela fuga aos adeptos do Sporting.

Inicialmente, e após entregar-se à PJ, o arguido ficou indiciado apenas por um crime de homicídio simples, mas agora é suspeito de cinco crimes de homicídio qualificado, quatro deles na forma tentada e um consumado.

Segundo um comunicado entregue aos jornalistas por uma funcionária do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, a juíza sustenta a aplicação da prisão preventiva com base nos três pressupostos previstos no artigo 204 do Código de Processo Penal.

Fuga ou perigo de fuga; Perigo de perturbação do decurso do inquérito ou da instrução do processo e, nomeadamente, perigo para a aquisição, conservação ou veracidade da prova; ou ainda Perigo, em razão da natureza e das circunstâncias do crime ou da personalidade do arguido, de que este continue a atividade criminosa ou perturbe gravemente a ordem e a tranquilidade públicas.

O processo encontra-se em segredo de justiça.

Marco Ficini, que pertencia à claque da equipa italiana Fiorentina O Club Settebello e era adepto do Sporting, morreu na madrugada de sexta para sábado, há exatamente uma semana, na sequência de um atropelamento e fuga junto ao Estádio da Luz, de acordo com a Polícia de Segurança Pública, que foi chamada ao local depois de alertada para a existência de confrontos naquela noite.

Fonte ligada ao processo adiantou anteriormente à agência Lusa que o arguido era o único ocupante da viatura que terá atropelado mortalmente Marco Ficini, de 41 anos e de nacionalidade italiana, versão já confirmada pelos advogados do arguido.

Em comunicado divulgado na quinta-feira, a PJ refere que deteve o suspeito do atropelamento mortal em cumprimento de mandado de detenção emitido pelo Ministério Público, tendo o mesmo ficado indiciado por um crime de homicídio consumado.

"Os factos ocorreram na madrugada do passado sábado, nas imediações do Estádio da Luz, em Lisboa, quando, na sequência de confrontos entre adeptos de dois clubes desportivos, o presumível autor terá atingido mortalmente a vítima, por atropelamento", relata a nota da PJ.

O atropelamento mortal deu-se horas antes de um jogo entre o Sporting e o Benfica, da 30.ª jornada da I Liga, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.

A vítima era adepta do clube italiano Fiorentina e do Sporting. Os dois clubes, tal como o Benfica e outras entidades, lamentaram publicamente o sucedido.

Na terça-feira, a PJ recuperou o automóvel que terá sido utilizado no atropelamento mortal.

O veículo, que foi encontrado na Amadora, foi rebocado para as instalações da PJ, em Lisboa, para ser sujeito a perícias.

[Notícia atualizada às 20:24]

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