O suspeito do atentado que deixou quatro mortos e 15 feridos na sexta-feira, 7 de abril, em Estocolmo é um uzbeque, de 39 anos, conhecido dos serviços de inteligência suecos, confirmaram as autoridades este sábado, 8 de abril.

"É um homem de 39 anos do Uzbequistão", disse em conferência de imprensa o chefe da polícia sueca, Dan Eliasson, a respeito do homem detido depois do ataque.

As autoridades confirmaram também que foi encontrado um "dispositivo técnico" suspeito dentro da viatura em causa. Os meios de comunicação locais já tinham avançado com esta possibilidade, mas só agora a polícia a veio confirmar.

Escreve a BBC, citando Dan Eliasson, que o dispositivo foi encontrado no lugar do condutor, acrescentando que não é possível detalhar de que tipo de dispositivo se trata. "O que sabemos e que não devia estar ali", disse.

Apesar de ser conhecido das autoridades, o suspeito era tido como uma "figura marginal", acrescentou o responsável.

Anders Thornberg, responsável pelos serviços de segurança suecos, adiantou, citado pelo The Guardian que "o suspeito não figurava nos relatórios mais recentes" de segurança. As autoridades suecas estão trabalhar com organismos internacionais nesta investigação, disse, escusando-se porém a detalhar.

Quatro pessoas morrem e 15 ficaram feridas naquilo que o primeiro-ministro sueco Stefan Löfven chamou de "ato terrorista". "A nossa mensagem será sempre clara: não nos vão derrotar, não vão governar as nossas vidas, nunca irão vencer", acrescentou mais tarde Löfven numa conferência de imprensa, citado pela Reuters.

Várias personalidades reagiram ao ataque, incluindo o Primeiro-ministro português, António Costa, e Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República.

Tudo sobre o ataque em Estocolmo aqui.

A Suécia só havia sofrido um ataque até a data, em dezembro de 2010, quando um suicida detonou os seus explosivos na mesma rua pedonal de Estocolmo, deixando feridos ligeiros.

O trágico acontecimento em Estocolmo acontece a menos de um mês do atentado em Londres.

No passado dia 22 de março um homem de 52 anos, identificado como Khalid Masood, avançou com um carro sobre a multidão na ponte de Westminster. Depois, saiu do carro e esfaqueou um polícia quando tentava entrar no Parlamento britânico. No total, seis pessoas morreram, incluindo o atacante, e cerca de cinquenta outras ficaram feridas no atentado. O atentado foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), mas a polícia anunciou não ter “encontrado provas de qualquer ligação” de Masood ao autoproclamado EI ou à Al-Qaeda, ou qualquer prova de que se tivesse radicalizado na prisão.

No ano passado, a 14 julho, França saiu à rua, como acontece todos os anos, para celebrar a nação. Nessa noite, em Nice, um homem decidiu investir com um camião sobre a multidão que assistia ao tradicional fogo-de-artifício lançado no Dia da Bastilha. O ataque custou a vida a 86 pessoas e feriu mais de 400. Foi a primeira vez que na Europa se assistiu a este tipo de ataque. Meses mais tarde, em dezembro, um camião abalroou em Berlim o mercado de Natal de Breitscheidplatz, fazendo 12 vítimas mortais.