“Há uma investigação em curso do Ministério Público (MP). Todas as respostas ou todas as opiniões dadas enquanto decorre essa investigação, creio que é prejudicial e, por isso, pela parte do PS, aguardamos pelas conclusões dessa investigação que, obviamente, deve ser célere”, afirmou.

Ana Catarina Mendes, que falava aos jornalistas em Almodôvar (Beja), à margem do mega piquenique do PS local, reagia às declarações feitas hoje sobre o caso de Tancos pelo presidente do PSD, Rui Rio.

O líder social-democrata, ao intervir no encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide (Portalegre), defendeu que o país tem de exigir ao MP que rapidamente faça a “acusação correta” no caso do furto de material de guerra em Tancos e considerou o Governo “incapaz de dar mais respostas”.

No discurso, Rui Rio utilizou a ironia para descrever o roubo de material de guerra e recorreu mesmo a uma frase de um célebre ‘sketch’ humorístico celebrizado pelo falecido ator Raul Solnado, sobre a ida à guerra ("A Guerra de 1908"), para descrever a situação: “Os gatunos chegaram à guerra e estava fechada, aproveitaram para levar o que levaram”, gracejou.

Sem se alongar em comentários, Ana Catarina Mendes argumentou que, “no último ano, o que aconteceu foi o Ministério da Defesa dizer mesmo que era preciso uma investigação” ao roubo desse material de guerra.

“Essa investigação está a ser levada a cabo, aguardemos as conclusões”, frisou, lembrando que não comenta “casos que estão na justiça”, mas enfatizando que “a função do Governo” é trabalhar “para que a justiça seja mais célere” e para que “as pessoas possam confiar no Estado de Direito”

Nesta sua deslocação a Almodôvar, a secretária-geral adjunta do PS foi também questionada sobre a contagem do tempo de serviço dos professores e o “braço de ferro” entre os sindicatos do setor e o Governo nesta matéria.

Para Ana Catarina Mendes, o Governo cumpriu “mais uma promessa” ao descongelar as carreiras dos docentes, acrescentando que, porém, “não é possível dar um passo maior do que a perna e não é possível dar tudo a todos”.

“O que foi possível, neste momento, foi chegar à mesa das negociações e apresentar uma contraproposta para lá do descongelamento das carreiras”, ou seja, para que fossem contados “mais dois anos na carreira dos professores”, lembrou.

Mas “a irascibilidade dos sindicatos”, que defendem a contagem de todos os anos que as carreiras estiveram congeladas, é “verdadeiramente inadmissível”, argumentou.

É preciso “encontrar diálogos” e “consensos”, sem “pôr em causa o esforço que foi feito por todos os portugueses nestes três anos”, afiançou a dirigente do PS, que disse ter “a convicção absoluta” de que, nem esta, nem outras matérias, vão impedir a aprovação do Orçamento do Estado para 2019.