Questionado pelos jornalistas, à margem da reunião do grupo parlamentar do PSD, Passos Coelho escusou-se a fazer grandes comentários por ainda não dispor de pormenores sobre o caso.

"Espero que, pelo menos desta vez, o Governo já não tenha dúvidas sobre o que se passou e possa dar explicações e assumir responsabilidades", desafiou.

O líder do PSD considerou o furto de material de guerra em Tancos "outro caso de falhanço do Estado" numa "área muito relevante de soberania", embora "menos grave" do que as consequências dos incêndios que já provocaram mais de 100 mortos em Portugal.

A Polícia Judiciária (PJ) Militar anunciou hoje em comunicado que, no âmbito de investigações de combate ao tráfico e comércio ilícito de material de guerra, "recuperou esta madrugada na região da Chamusca, com a colaboração do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé, o material de guerra furtado dos Paióis Nacionais de Tancos".

De acordo com o comunicado, "o material recuperado já se encontra nos Paióis de Santa Margarida, à guarda do Exército, onde está a ser realizada a peritagem para identificação mais detalhada".

Em 29 de junho, o Exército revelou a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros.

Entre o material de guerra furtado dos Paióis Nacionais de Tancos estavam "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, segundo a informação divulgada pelo Exército.

O Chefe do Estado-Maior do Exército mandou instaurar três inquéritos, nomeadamente ao funcionamento do sistema de videovigilância, à intrusão nas instalações e à gestão de cargas.

O Exército decidiu encerrar os paióis nacionais de Tancos, optando por concentrar o material nas instalações de Santa Margarida e admitindo armazenar algum material nos paióis dos outros ramos, em caso de necessidade.