No final da reunião do Grupo Parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento considerou que ficaram por esclarecer, após a audição de Christine Ourmières-Widener na quarta-feira no parlamento várias matérias, entre as quais o bónus que receberá e as indemnizações que foram atribuídas a ex-administradores, como Alexandra Reis, que foi depois secretária de Estado do Tesouro por cerca de um mês.

“A CEO da TAP disse algo que, para nós, é uma perplexidade: que Alexandra Reis tinha saído por discordar do processo de reestruturação da companhia aérea. Recordo que esse plano teve a participação de Alexandra Reis, mas não teve a participação da atual CEO, que entrou depois. A justificação não pode ser apenas essa discordância”, afirmou.

Questionado sobre as personalidades que o PSD quererá ouvir na comissão de inquérito parlamentar proposta pelo BE sobre a gestão política da TAP – que tem aprovação garantida -, o líder parlamentar social-democrata disse que o partido irá fazer essa ponderação nas próximas semanas, mas adiantou, desde já, alguns nomes.

“Há varias pessoas que é imprescindível ouvir: a equipa da TAP, a atual e a anterior, incluindo obviamente a engenheira Alexandra Reis, o anterior ministro das Finanças e o atual, o anterior e o atual ministro das Infraestruturas”, exemplificou.

Questionado sobre as notícias da TVI/CNN Portugal envolvendo Fernando Medina, o líder parlamentar do PSD recusou fazer um comentário direto, dizendo que “a justiça tem de seguir o seu curso”, reiterando as críticas políticas ao ministro.

“Nós sempre dissemos que o dr. Fernando Medina não tinha condições para continuar como ministro das Finanças, mas não tem a ver com as notícias de ontem [quarta-feira], mas com o que se passou no caso da engenheira Alexandra Reis. Politicamente, está muito debilitado na pasta mais importante da governação”, defendeu Miranda Sarmento.

“Não fazemos processos de intenções sobre ninguém. A nossa crítica é política”, frisou.

Na quarta-feira à noite, a TVI/CNN Portugal noticiou que a Polícia Judiciária realizou na terça-feira buscas na Câmara Municipal de Lisboa por "suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação" numa nomeação para "prestação de serviços que foi assinada em 2015" pelo então presidente da autarquia, Fernando Medina, atual ministro das Finanças, suspeitando-se de financiamento do PS.

Em comunicado, o PS rejeitou hoje “categoricamente” ter recebido apoios financeiros ou materiais por parte de empresas, salientando que os donativos angariados por este partido se encontram inscritos, identificados e apresentados à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos.

“O PS esclarece que não recebeu apoios financeiros ou materiais por parte de empresas. De acordo com a lei, apenas são admitidos donativos de pessoas individuais, devidamente identificadas”, frisa-se no comunicado do PS.

O PS refere depois que “os donativos realizados encontram-se inscritos e identificados nas contas oficiais do partido, apresentadas à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos”.

“O PS rejeita categoricamente as alegações de financiamentos fora do estrito quadro legal”, acrescenta-se.