As recentes secas, incêndios e o degelo são já os efeitos deste aquecimento, revela o relatório European State of the Climate, que alerta ainda para o facto da tendência ser evolutiva nos próximos anos, com calor extremo, incêndios florestais, inundações e outros resultados climáticos que afetarão a sociedade, as economias e os ecossistemas.

De acordo com o revelado, a temperatura média anual em 2021 para a Europa foi de 0,9 graus acima da média entre 1981 e 2010 e 1,44 graus do que foi registado entre 1961 e 1990. O relatório diz ainda que no ano passado a temperatura no Velho Continente foi 1,11 graus acima da média, algo que poderá estar associado ao fenómeno climático La Niña.

“A Europa apresenta uma imagem ao vivo de um mundo em aquecimento e lembra-nos que mesmo sociedades bem preparadas não estão a salvo dos impactos de eventos climáticos extremos. Este ano, como em 2021, grandes partes da Europa foram afetadas por extensas ondas de calor e seca, alimentando incêndios florestais. Em 2021, inundações excepcionais causaram morte e devastação”, disse o secretário-geral da OMM, Prof Petteri Taalas.

No relatório, há, contudo, boas notícias. Muitos países europeus têm revelado bons desempenhos na redução das emissões de gases de efeito estufa, sendo que as mesmas diminuíram 31% entre 1990 e 2020.

"Do lado da mitigação, o bom ritmo da redução das emissões de gases com efeito estufa na região deve continuar e deve mesmo aumentar-se a ambição. A Europa pode desempenhar um papel fundamental para alcançar uma sociedade neutra em carbono até meados do século para cumprir o Acordo de Paris", adiantou Taalas, citado no comunicado.