Theresa May disse ao Parlamento, num discurso muito aguardado, que o ataque de ontem "tentou silenciar a democracia" britânica, sem sucesso. "Hoje reunimo-nos como é normal, tal como as gerações anteriores o fizeram e como as gerações futuras continuarão a fazer, para enviar uma mensagem simples: não temos medo e não vamos ceder perante o terrorismo".
"Sabemos que os valores da democracia permanecerão e esses valores são a liberdade de expressão, liberdade, direitos humanos e Estado de direito, que estão imbuídos neste local [o Parlamento] e são partilhados pelos povos livres de todo o mundo", acrescentou.
Pedindo a compreensão do Parlamento para o facto de que não pode revelar demasiadas informações sobre uma investigação que está em curso, May adiantou, todavia, várias informações.
"Por volta das 14h30 de ontem um atacante conduziu o seu veículo contra pedestres inocentes na Ponte Westminster, matando duas pessoas e ferindo outras 40. Além dos 12 britânicos admitidos no hospital, sabemos que as vítimas incluem três crianças francesas, dois romenos, quatro sul-coreanos, um alemão, um polaco, um irlandês, um chinês, um italiano, um americano e dois gregos. Estamos em contacto com os governos dos países daqueles que foram afetado", disse May. "Os feridos também incluem três polícias que regressavam de um evento onde viram reconhecida a sua bravura", acrescentou.
O ataque de ontem custou a vida de dois civis - atropelados - e de um polícia - esfaqueado. O atacante foi abatido pelas autoridades antes de conseguir entrar no Parlamento.
Nas operações policiais levadas a cabo na sequência dos ataques foram detidas oito pessoas, acrescentou a líder do governo britânico. May adiantou que o atacante nasceu no Reino Unido e foi investigado no passado pelos serviços de informação britânicos por ligações a extremismo violento. A primeira-ministra não quis, todavia, avançar com a identidade do visado.
"Apesar de existirem limites relativamente ao que posso dizer, neste momento, posso confirmar que durante a noite a Polícia revistou seis moradas e efetuou oito detenções, em Birmingham e Londres. Acredita-se que o atacante agiu sozinho e a Polícia não em razões para acreditar que existirão ataques à população no imediato. A sua identidade é conhecida pela Polícia e pelo MI5 [serviços de inteligência britânicos] e quando as condicionantes operacionais o permitirem, ele será publicamente identificado. O que posso confirmar é que o homem nasceu no Reino Unido e que há alguns anos foi investigado pelo MI5 relativamente a eventuais ligações a extremismo violento. Era uma figura periférica. O caso é passado. Ele não era parte do cenário atual de investigação dos serviços de inteligência", disse.
"Estamos a trabalhar assumindo que o atacante foi inspirado por ideologias islâmicas. Sabemos que a ameaça do terrorismo islâmico é muito real, mas enquanto a população deve manter-se vigilante para esta ameaça, reitero que não seremos intimidados por ela", salientou May.
Ainda neste discurso, a primeira-ministra fez questão de elogiar os serviços prestados pelas autoridades policiais e pelos serviços de emergência. A primeira-ministra deixou palavras referiu-se ainda a Keith Palmer, o agente morto pelo atacante, como um herói, cujos atos de bravura nunca serão esquecidos.
A líder do governo britânico relembrou que desde junho de 2013 as autoridades conseguiram travar 13 atentados terroristas.
No final da primeira intervenção na sessão de hoje no Parlamento britânico, May terminou dizendo: "Neste momento é muito importante mostrar que são os nossos valores que prevalecerão, que os terroristas não vão vencer, que continuaremos as nossas vidas monstrando que a união e os valores que partilhamos enquanto nação manter-se-ão intactos e garantindo que os terroristas serão derrotados".
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