Segundo a imprensa britânica, em causa está o adiamento da votação do acordo, tendo em conta as fortes possibilidades de que este seja rejeitado.

O The Guardian e a BBC avançam que a votação será mesmo adiada, citando fontes do Governo. Ainda assim, os jornais referem que a decisão ainda não foi oficialmente confirmada.

Tanto membros da oposição como dezenas de deputados do partido Conservador têm afirmado que votarão contra o acordo.

A primeira-ministra fará declarações às 15h30.

O adiamento da votação é visto como um sinal claro de que May admite a dificuldade de ver o acordo negociado com a União Europeia aprovado no parlamento britânico.

Ainda esta segunda-feira de manhã, o porta-voz do Governo de Theresa May tinha confirmado que a votação não iria ser cancelada.

O hipótese de adiamento da votação chega algumas horas depois de o Tribunal de Justiça da União Europeia ter deliberado que o Reino Unido pode recuar na decisão de abandonar a UE unilateralmente, isto é, sem precisar de aprovação por parte dos restantes Estados-membros.

Tribunal europeu decidiu que Reino Unido pode reverter Brexit unilateralmente
Tribunal europeu decidiu que Reino Unido pode reverter Brexit unilateralmente
Ver artigo

A decisão do tribunal veio alimentar a esperança dos pró-europeístas de que o Brexit seja repensado, indica a agência Reuters.

O acordo negociado com a União Europeia precisa de ser aprovado no Parlamento britânico para que o Brexit, agendado para o dia 29 de março, se possa consumar.

De acordo com a Reuters, a libra atingiu o valor mais baixo desde junho de 2017.

Algumas reações aos últimos acontecimentos

Jeremy Corbyn, líder dos Trabalhistas, principal partido da oposição no Reino Unido, afirmou esta segunda-feira que o Governo não está a funcionar e que o plano do Partido Trabalhista para o acordo do Brexit deve ser visto como central para as futuras negociações com Bruxelas.

No entanto, a porta-voz da Comissão Europeia reiterou esta segunda-feira, reagindo à decisão do Tribunal de Justiça europeu, que o acordo aprovado a 25 de novembro pelo Conselho Europeu “não será renegociado” e que, no que diz respeito à Comissão Europeia, “o Reino Unido sairá da União Europeia a 29 de março de 2019”.

Ainda em resposta à possibilidade de um adiamento da votação do acordo no Parlamento britânico, a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, publicou um tweet esta segunda-feira em que classifica esta atitude de “cobardia patética” por parte de Theresa May e do seu Governo, acabando por apelar ao afastamento dos governantes.