Durante a luta pela libertação, os timorenses rezaram a Nossa Senhora de Fátima pela libertação do seu povo. Hoje, no centenário das "aparições" marianas, prestam o seu agradecimento.

Constância ainda se lembra de rezar a Nossa Senhora de Fátima, quando Timor-Leste, um território fortemente católico, estava ocupado pela Indonésia, o maior país muçulmano do mundo.

À noite, com a família reunida em casa, pediam a libertação do povo timorense, de braços abertos, recordou, em declarações à agência Lusa.

"Fátima é muito importante para mim, que tenho muita fé à Nossa Senhora. Sempre pedimos para nos proteger de todo o mal e sempre pedimos a libertação de Timor Leste através da Nossa Senhora", afirma Constância que, aos 66 anos, vem pela primeira vez a Portugal de propósito para o 12 e 13 de maio onde quer deixar o seu agradecimento.

Num grupo com uma grande bandeira de Timor-Leste acompanhada de uma bandeira portuguesa, Letícia Carvalho, de 24 anos, explica que as suas tias vieram de Timor para a celebração do centenário e outros colegas vieram de Inglaterra.

"Vieram de propósito para celebrar o centenário. A Nossa Senhora marca a nossa história da libertação, da independência, e viemos cá para agradecer", afirma.

Junto ao grupo, estava Armindo Coelho, português que está em Fátima como peregrino e que esteve como militar, entre 1973 e 1975, naquele país do sudeste asiático.

"Timor marcou-me bastante e foi bom recordar o país e ter este encontro com eles", contou, lembrando que o povo era "muito crente, muito católico".

Lídia Alves, de 49 anos, não aguenta as lágrimas quando tem de explicar o porquê de vir a Fátima.

Assim que fala de Nossa Senhora recorda-se do tempo de ocupação, mais concretamente o ano de 1999, quando perdeu "os primos, todos mortos, e uma tia".

"Era um sonho vir cá e é um orgulho para a minha vida estar cá. Porque Fátima… Não sei como falar. Foi muito importante para nós, rezávamos muito", realça a timorense, de voz embargada.

O papa Francisco chega hoje à tarde a Portugal para uma visita apostólica ao Santuário de Fátima, no âmbito do Centenário das Aparições, e durante a qual canonizará os pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.

Francisco é o quarto papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).

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