Tomás Correia foi constituído arguido num processo em que é suspeito de ter recebido indevidamente 1,5 milhões de euros do empresário da construção civil José Guilherme, confirmou hoje à agência Lusa fonte ligada à investigação.
A mesma fonte precisou à Lusa que Tomás Correia não é arguido na "Operação Marquês", mas num outro inquérito autónomo resultante de elementos recolhidos naquela investigação em que o ex-primeiro-ministro José Sócrates é um dos arguidos.
"Se alguma vez se colocar a possibilidade de transitar em julgado algo a meu desfavor, em qualquer tribunal, por quaisquer atos ilícitos, abdicarei do exercício das minhas funções. Estou profundamente convicto e seguro de que isso não vai acontecer. Estou tranquilo relativamente ao desfecho destas, e de outras acusações que me foram dirigidas", reiterou hoje Tomás Correia, em nota enviada por escrito.
E concretiza: "Não é difícil contextualizar as notícias agora veiculadas, em véspera de realização da Assembleia Geral do Montepio Geral Associação Mutualista, a qual presido por mandato que me foi confiado pelos senhores associados para o triénio 2016-2018".
Tomás Correia é arguido por suspeita de ter recebido ilicitamente 1,5 milhões de euros em troca de uma concessão de crédito do Montepio ao construtor José Guilherme, num valor superior a 70 milhões de euros.
O jornal Expresso já havia avançado no final de janeiro a notícia de que Correia havia recebido dinheiro do construtor civil José Guilherme.
O construtor ficou conhecido pelas transferências de 14 milhões de euros feitas para sociedades ‘offshore’ do antigo presidente do BES Ricardo Salgado, transferências que este justificou como sendo um presente.
Também em janeiro, o Ministério Público havia constituído dois arguidos, entre eles Tomás Correia, no âmbito de uma investigação a um financiamento concedido pelo Montepio Geral e Banco Espírito Santo a um fundo para aquisição de terrenos, referiu então a Procuradoria-Geral da República (PGR).
O inquérito a Tomás Correia é dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Comentários