O protesto teve lugar no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, o principal do país, onde está prevista chegada de Juan Guaidó após um périplo iniciado a 19 de janeiro, por Bogotá (Colômbia) e que o levou também a Inglaterra, Suíça, Espanha, Canadá, França e Estados Unidos, onde se reuniu com diferentes governantes incluindo o Presidente norte-americano Donald Trump, respetivamente.

No aeroporto estiveram também dezenas de jornalistas, alguns dos quais foram insultados pelos manifestantes, que segundo a estação de televisão EVTV (de Miami, EUA), agrediram a sua correspondente em Caracas, Ayamara Alonso, e terão ainda tentado tirar o equipamento a pelo menos um colega.

Em declarações aos jornalistas, Dubraska Padrón, da Conviasa, explicou que os trabalhadores da companhia aérea condenam a ingerência dos EUA e acusou o opositor Juan Gauidó de ser “um traidor da pátria” que não deve regressar à Venezuela “nem perece o perdão de ninguém porque há mais de duas mil famílias que vão ficar sem trabalho” devido às sanções contra aquela companhia aérea.

As redes sociais dão conta que alguns trabalhadores mesmo mantendo uma posição crítica contra Juan Guaidó, questionam a presença de militantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) no protesto de empregados da Conviasa.

Estes ‘coletivos’ terão chegado ao aeroporto e apresentado-se como trabalhadores da Conviasa, ainda segndo as redes sociais.

O protesto tem lugar depois de o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, dizer, segunda-feira que vai aos tribunais internacionais contra as sanções impostas pelos Estados Unidos à Conviasa, responsabilizando o líder opositor Juan Guaidó pelas sanções.

“O que justifica as sanções contra a Conviasa? Que mal me podem fazer? O dano que provocam é ao povo. É algo irracional, insensato e temos que apontar o responsável, Juan Guaidó, que foi quem pediu as sanções”, afirmou Maduro.

O Presidente venezuelano acrescentou que deu instruções ao ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, e à vice-Presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, para que “ativem um recurso internacional no Tribunal Internacional de Justiça, contra os EUA, pelo dano que pretendem fazer contra a Conviasa”.

O Governo norte-americano bloqueou na sexta-feira a entrada aos aviões da companhia aérea da Venezuela, numa nova medida contra o regime do Presidente Nicolás Maduro.

O gabinete de controlo de ativos estrangeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos identificou 40 aviões da Conviasa, que efetua voos domésticos e internacionais, como alvos de sanções por pertencerem ao Governo da Venezuela.

“A administração [de Donald Trump, Presidente dos EUA] não permitirá que Maduro e os seus representantes continuem a roubar o povo venezuelano e a abusar dos ativos do Estado para levar a cabo a suas próprias atividades corruptas e desestabilizadoras”, indicou em comunicado o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

O membro da administração Trump argumentou que o regime de Maduro depende da Conviasa “para colocar funcionários corruptos do regime em todo o mundo para apoiar os seus esforços antidemocráticos”.

O bloqueio visa “reduzir o uso indevido da companhia aérea por parte do regime de Maduro”, aacrescentou Mnuchin, referindo que o Governo de Caracas usou voos da Conviasa para “promover a sua própria agenda política”, incluindo a deslocação de funcionários para países como a Coreia do Norte, Cuba e Irão.