O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul lembrou que “apesar dos problemas reiterados com a concessão do serviço de cafetaria e bar nos comboios de longo curso [Intercidades e Alfa Pendular] ao longo dos anos a CP optou por voltar a concessionar este serviço a privados através de um contrato de milhões assinado em 2023 com a Newrail, recusando internalizar o serviço e integrar os trabalhadores nos seus quadros”.

A estrutura sindical disse que “em 2024 o contrato com a Newrail foi renovado por um período mínimo de 3 meses e um máximo de 6 meses”, indicando que em 2023 “os valores atribuídos à Newrail tinham como objetivo pagar os salários em atraso aos 130 trabalhadores e normalizar o serviço de cafetaria e bar nos comboios”.

“Para 2024 o valor do contrato manteve-se igual, sendo o aumento significativo da massa salarial dos trabalhadores utilizado como justificação”, referiu, indicando que “os aumentos salariais propostos pela empresa para 2024 ficam muito aquém do necessário para repor o poder de compra dos trabalhadores e valorizar as categorias profissionais”.

A estrutura alertou que “persistem a falta de condições de trabalho e a ameaça do encerramento do serviço de cafetaria e bar em alguns comboios”.

Por isso, os trabalhadores dos bares e serviço de bordo dos comboios de longo curso da CP decidiram, em plenário, “iniciar uma greve por tempo indeterminado com início no próximo dia 10 de fevereiro de 2024 [sábado]”.

As reivindicações passam por “aumentos salariais dignos”, pelo “pagamento do trabalho suplementar”, por “melhores condições de trabalho”, pelo “cumprimento integral do Acordo de Empresa” e “contra o encerramento e restrições dos serviços de cafetaria e bar nos comboios”.

Num aviso no seu ‘site’, a CP informou que a partir de sábado, “os trabalhadores da empresa externa que fornece os serviços de cafetaria e bar nos comboios Alfa Pendular e Intercidades convocaram uma greve” e que “poderão ocorrer perturbações na prestação destes serviços”.

“Esta interrupção foi convocada pelo sindicato dos trabalhadores da empresa externa que fornece estes serviços, não envolvendo os colaboradores da CP”, ressalvou.