O protesto, organizado pelo Sindicato Nacional dos trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT(CGTP-IN), durante a manhã de hoje, passou pela sede da autoridade reguladora das comunicações postais (Anacom) e terminou no Ministério das Infraestruturas e Habitação, para a entrega de um caderno reivindicativo no qual consta a defesa da renacionalização da empresa.

A secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, à margem do protesto, explicou à Lusa que o sindicato escolheu este dia, simbolicamente, para lembrar que, desde que foram criados, há 500 anos, os CTT cumprem “uma função fundamental para as populações”, a distribuição postal.

“O que tem vindo a acontecer, nomeadamente com a privatização, é que estes serviços foram entregues aos grandes grupos económicos, o que conduziu à degradação deste serviço”, disse a sindicalista, lembrando que os CTT não têm cumprido os requisitos de qualidade que constam do contrato de concessão.

O atual contrato de concessão termina em 31 de dezembro, e o concurso ainda não foi lançado, estando o Governo e a administração dos CTT a negociar o novo contrato de concessão do serviço universal, admitiu o ministro das Infraestruturas e Obras Pública, no parlamento, debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021.

“Está na altura de o contrato de concessão ser negociado e o que o Estado tem de pensar é no investimento que é renacionalizar os CTT. Porque, o que as empresas e os grupos que estão a dominar estes setores de empresas estratégicas que foram privatizados querem é sempre mais e mais dinheiro do Estado para negociar as concessões”, disse Isabel Camarinha.

Durante a manifestação, os trabalhadores gritaram palavras de ordem como “Concessão não é opção” e erguiam cartazes com frases como “Trabalhadores dos CTT em luta por serviços públicos de qualidade” e “CTT público já!”.

O encerramento do protesto contou com declarações, além de Isabel Carinha, do deputado Bruno Dias do PCP, partido que tem desafiado o Governo a renacionalizar os correios de Portugal.