
O tribunal de primeira instância de Sapporo, na zona norte do Japão, considerou hoje que o não reconhecimento do casamento gay é contrário ao artigo 14 da Constituição, que estipula que "todos os cidadãos são iguais perante a lei".
O Japão é o único país do G7 que não reconhece o matrimónio entre pessoas do mesmo sexo. O Estado considera que este tipo de união "não está contemplada" na Constituição de 1947, que se limita a destacar sobre o casamento a necessidade de "consentimento mútuo dos dois sexos", o que dá margem para muitas interpretações.
O veredicto desta quarta-feira é o primeiro no âmbito de uma série de ações na justiça contra o Estado japonês apresentadas por vários casais homossexuais em 2019 para obter o reconhecimento legal das suas uniões.
"Não consegui conter as lágrimas", afirmou um dos demandantes à imprensa. "O tribunal examinou sinceramente nosso problema e acredito que tomou uma boa decisão".
A deputada opositora Kanako Otsuji, uma das raras personalidades políticas do Japão abertamente LGBT, escreveu no Twitter que está "verdadeiramente feliz" com a decisão.
"Apelo à Dieta (Parlamento), enquanto braço Legislativo do Estado, que delibere sobre uma proposta de reforma do código civil para tornar possíveis as uniões de pessoas do mesmo sexo", completou.
Comentários