O santo português de canonização mais recente é o padre português Ambrósio Francisco Ferro, a 23 de março, no mesmo dia em que foi reconhecido pelo Vaticano o “milagre” que permitirá aos pastorinho Jacinta e Francisca tornarem-se santos.

S. Teotónio (1082-1162) foi o primeiro prior do mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, e aliado do rei D. Afonso Henriques, atualmente é padroeiro da cidade e diocese de Viseu. O padre português Ambrósio Francisco Ferro morreu em junho de 1645 durante perseguições pelas tropas holandesas no contexto das Guerras da Restauração, no Brasil.

Da lista fazem parte, entre outros, S. Nuno de Santa Maria (1360-1431), mais conhecido como Santo Condestável, canonizado por Bento XVI em abril de 2009.

Santo António de Lisboa, S. João de Brito, S. João de Deus e Santa Beatriz da Silva são outros dos outros canonizados, aos quais se juntam mais de 50 beatos.

O grupo de beatos de nacionalidade portuguesa inclui os “40 mártires do Brasil” – 32 jesuítas portugueses e oito espanhóis –, liderados pelo padre Inácio de Azevedo, do Porto, que foram lançados ao mar pelos calvinistas franceses, em 1570, ao largo da ilha espanhola de La Palma, nas Canárias.

Este grupo de religiosos foi beatificado por Pio IX, em 1854.

As filhas do rei D. Sancho I, Sancha, Mafalda e Teresa são as mais antigas beatas portuguesas, beatificadas no século XVIII, mas não as únicas de ascendência real. Da lista consta também a filha de D. Afonso V, Joana (1452-1490), conhecida por Santa Joana Princesa.

A Congregação para as Causas dos Santos, liderada pelo cardeal Angelo Amato, estuda as causas de “bem-aventurados” que apresenta ao papa, como proposta, de novos exemplos de santidade.

Antes é necessário que tenham sido aprovados os resultados sobre os milagres, martírio e virtudes heroicas, que justificam a canonização (elevação à categoria de santo) ou beatificação (beatos), e possam estar nos altares e ser alvo de devoção nos templos católicos.

A 23 de março, o papa aprovou o “milagre” atribuído aos beatos Jacinta e Francisco, os pastorinhos de Fátima, que serão canonizado a 13 de Maio, em Fátima, durante a visita de Francisco.

No caminho dos altares encontram-se outros portugueses, entre eles o jesuíta Francisco da Cruz (1859-1948), mais conhecido como “Padre Cruz, apóstolo da caridade”, cujo processo de beatificação foi iniciado em 1951.

Outro padre que aguarda uma decisão é Américo de Aguiar (1887-1956), que fundou a Casa do Gaiato, instituição que acolhe jovens em risco, apontado como “pedagogo da caridade” e conhecido como padre Américo.

Na lista de espera das decisões da congregação encontra-se Luísa Andaluz (1877-1973), fundadora da Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, cujo processo deu entrada no Vaticano em abril de 2000. Luísa Andaluz deixou várias obras, e um diário, no qual refere o seu propósito de uma congregação religiosa “sem hábito nem claustro”.

Outra fundadora, Maria da Conceição Pinto da Rocha (1889-1958), está também na lista desde 1983. Maria da Conceição iniciou o processo que levou à fundação, em 1965, da congregação das Irmãs Reparadoras Missionárias da Santa Face.

A lista de nacionais que podem ser elevados aos altares católicos inclui Teresa Saldanha (1837-1916), fundadora da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, e cujas “virtudes heroicas” foram já declaradas por João Paulo II.

O caso do Frei Bernardo de Vasconcelos (1902-1932), autor de uma obra poética de inspiração católica, nomeadamente o livro “Cântico de Amor”, e de Guilherme Braga da Cruz (1916-1977), reitor da Universidade de Coimbra, casado e pai de nove filhos, estão também em análise.

Outro processo a decorrer é a beatificação de Ana de Jesus Maria José de Magalhães (1811-1875), conhecida como a “santinha de Arrifana”, que se iniciou em 1915. Segundo o processo apresentado no Vaticano, Ana de Magalhães viveu na verdade e na oração e santificou-se extraordinariamente.

Maria Rita de Jesus (1885-1965), religiosa da Congregação das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, Sílvia Cardoso (1882-1950), leiga nascida em Paços de Ferreira, e António José de Sousa Barroso (1854-1918), missionário, que foi bispo do Porto, de 1899 a 1918, são outros nomes cujos processos se encontram nas prateleiras da congregação vaticana.

Também outros antigos bispos aguardam “luz verde” da Santa Sé, designadamente João Oliveira Matos (1879-1962), que esteve à frente da diocese da Guarda, e Manuel Mendes da Conceição Santos (1876-1955), antigo arcebispo de Évora, cujo processo de beatificação se iniciou em 1972.

Maria da Conceição de Pimentel Teixeira (1923-1940), conhecida por Sãozinha de Alenquer, é um dos processos que decorre, proposto pelo patriarcado de Lisboa, assim como o de Madre Maria do Lado (1605-1632), da Ordem das Clarissas.

Há também beatos aos quais é necessário reconhecer um “milagre” para que se abra o caminho à sua canonização, como é o caso de Alexandrina Maria da Costa (1904-1955), conhecida como a Santinha de Balasar, cujo processo se iniciou em 1967, declarada venerável por João Paulo II na década de 1980, e beata em 2004, por este mesmo pontífice.

Um dos mais antigos caso que aguarda decisão do Vaticano é de D. Fernando (1402-1443), filho dos reis D. João I e D. Filipa de Lencastre, que morreu em cativeiro mouro em Tanger, e cujo culto religioso foi autorizado em 1470.